O advogado Elias Mattar Assad anunciou que deixou de defender o ex-prefeito da Lapa Paulo Furiati (PMDB) das acusações de participação em um esquema de fraudes em licitações da área de educação. Assad disse, por telefone à Gazeta do Povo, que dificuldades nas estratégias utilizadas pelos advogados de defesa dos réus (nove, ao todo) motivaram a saída.
"A defesa tem que ser coesa. Quando há uma divergência que pode induzir a uma contradição, acaba sendo prejudicial a uma das partes. Como, no caso, são vários acusados, e cada um tem um advogado, há um confronto de ideias. Cada um tem um método diferente. Assim como, para o juiz, o atributo principal é a imparcialidade, o atributo do advogado é a independência" disse Assad.
Furiati teve o pedido de habeas corpus negado na última quarta-feira (16) e permanece preso no Centro de Triagem II de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. O desembargador José Carlos Dalacqua, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) relatou, em seu despacho, o caso de "demanda uma análise mais aprofundada das razões expostas no pedido".
Ainda não consta na lista de movimentações do processo o nome do novo defensor de Furiati.
Operação
As prisões dos nove suspeitos, incluindo Furiati, foram realizadas na Operação Quadro Negro, do Grupo de Atuações Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público. As investigações apontam que empresários de institutos de educação aliciavam prefeituras, oferecendo serviços como consultoria e pesquisas. A licitação seria direcionada a essas empresas, a preços acima dos praticados no mercado. Segundo as investigações, os serviços eram desnecessários ou nem sequer eram prestados.
Além do Paraná, a operação também abrange outros três estados: Minas Gerais, Distrito Federal e Santa Catarina.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura