Leia também: Paranaenses devem votar por cassação de Calheiros
Os senadores paranaenses devem votar pela cassação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quando o processo chegar ao plenário, o que deve ocorrer na semana que vem. O senador Alvaro Dias (PSDB) disse após a aprovação do relatório que pede a cassação do parlamentar no Conselho de Ética que prevaleceu o sentimento de que se deve preservar a instituição. Leia matéria completa
O advogado Bruno de Miranda Lins, ex-marido de Flávia Garcia, assessora do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a fazer acusações contra o senador. Em nova entrevista à revista "Veja", ele contou detalhes da relação do lobista Luiz Garcia Coelho, seu ex-sogro, com Renan, que teria influenciado nas negociações entre o Ministério da Previdência e o banco BMG, que passou a oferecer crédito consignado em folha de pagamento para aposentados e pensionistas.
Bruno conta que Renan é chamado de chefe pelo lobista.
- Ele (Luiz Garcia) sempre dizia que ia sair para resolver alguma coisa para o Renan, ou para ir à casa do senador. Na frente dos outros, ele quase nunca falava o nome do senador. Em casa, Renan era chamado de chefe.
O advogado revela ainda que foi convidado a participar de um golpe contra o fundo de pensão Postalis, dos Correios. Ele também repete as acusações contra o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente do INSS Carlos Bezerra, a quem o próprio Bruno teria entregue R$ 150 mil, que seria propina paga pelo BMG. Quanto a Jucá, disse que soube pelo ex-sogro que o senador participou de várias reuniões com empreiteiros para discutir negócios.
Em depoimento à Polícia Federal, o advogado reafirmou todas estas acusações e disse que soube do suposto envolvimento de Renan com o BMG por intermédio do ex-sogro. A partir de conversas com o pai de sua ex-mulher, Bruno entendeu que Renan teria usado seu prestígio político para favorecer o banco.
Na saída do depoimento, no entanto, o advogado José Rossini Corrêa, representante de Bruno, negou que seu cliente tenha feito acusações contra Renan. Segundo Rossini, Bruno teria sido mais incisivo nas declarações sobre Jucá e Bezerra.
A PF interrogou Bruno Miranda a pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O depoimento será anexado ao inquérito que investiga supostas irregularidades do BMG e transações de políticos com doleiros.
BMG nega irregularidades em operações
Em nota divulgada nesta quinta, o BMG nega qualquer irregularidade nas operações da instituição, bem como pagamentos indevidos para suposta obtenção de favores.
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