Suzane von Richthofen, que cumpre prisão domiciliar na casa de seu ex-tutor e advogado Denivaldo Barni, na zona sul da capital paulista, está sob a proteção de cinco seguranças contratados por seus advogados de defesa. Os homens circulam pelas dependências do prédio desde esta sexta-feira e trabalham para evitar o acesso da imprensa à Suzane na saída para o julgamento.
Segundo moradores, durante a semana, dois deles faziam esse trabalho, que foi complementado por outros três seguranças. O grupo vai passar o final de semana no edifício. Por causa dessa movimentação, os vizinhos do tutor de Suzane temem que o cotidiano deles seja prejudicado durante o final de semana na área social do condomínio. "Sinto-me estranho com essa situação e estou desconfortável", disse um dos moradores.
Barni evitou confirmar a presença da escolta e dos seguranças dizendo que se tratava de "funcionários do edifício". Outro fato que chamou a atenção dos moradores foi o muro com a pichação ofensiva à Suzane, que amanheceu nesta sexta pintado de branco para cobrir a mensagem "Suzane, assassina, volte para a cadeia".
Já a rotina de tranqüilidade em que vive Suzane foi modificada mais uma vez com a visita dos advogados de defesa, que passaram toda a manhã com ela para traçar os detalhes da estratégia a ser utilizada no julgamento.
Todas as tentativas dos advogados de defesa de Suzane para adiar o júri falharam. Ela e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, começam a ser julgados às 13h desta segunda-feira, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Os três confessaram ter planejado e matado os pais de Suzane, Marísia e Manfred von Richthofen - saiba aqui como será o julgamento.
Segundo o advogado Mario Sérgio de Oliveira, Suzane vai dormir no Fórum durante o julgamento. A decisão visa evitar que a ré sofra o constrangimento da remoção e o assédio da imprensa. "Ela vai ficar em um quarto pequeno, onde só há uma cama, e terá escolta do lado de fora", diz.
A permanência de Suzane no fórum havia sido pedida ao juiz Alberto Anderson Filho pelo promotor Roberto Tardelli. A acusação sustenta que a prisão domiciliar concedida a Suzane pelo Superior Tribunal de Justiça vale até o julgamento, ou seja, deixa de existir quando começar o júri. Já os irmãos Cravinhos, que foram transferidos quinta-feira da Penitenciária de Itirapina, no interior do estado, para o Centro de Detenção Provisória 1 de Pinheiros, na capital, retornarão ao CDP para passar a noite.
A defesa tentará convencer os jurados de que Suzane é uma menina meiga, que foi coagida por Daniel. Para a promotoria, no entanto, ela é a mentora do crime.
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