Os defensores do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) apresentaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira (10) pedido de cópia do inquérito do mensalão do DEM de Brasília.

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Os advogados do governador reclamam que, embora Arruda esteja preso há quase um mês, o STJ ainda não possibilitou acesso integral ao calhamaço de evidências reunidas contra o governador. "A defesa do governador Arruda não teve acesso integral do inquérito 650, muito embora vazamentos seletivos ocorram quase diariamente via mídia", argumenta Cristiano Maronna, um dos advogados que coordenam a defesa de Arruda.

A integralidade dos fatos reunidos no STJ é condição essencial, aos olhos dos advogados, para elaborar a tese de defesa do governador diante do processo de impeachment em tramitação na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas questões relacionadas ao próprio tribunal.

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Privacidade

Depois de conseguir na terça-feira (9)autorização para que um médico particular avaliasse o estado de saúde do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), os advogados de defesa aguardam também a manifestação do STJ para o pedido de aumento da privacidade de Arruda no cárcere.

No documento, os advogados pedem ao STJ três medidas que, na visão deles, iriam ampliar a privacidade de Arruda: possibilidade de fechar a porta da sala durante a conversa com advogados e não ter limite de tempo nem hora marcada para conversar com seus defensores. No pedido formulado ao ministro Fernando Gonçalves, que preside o inquérito do mensalão do DEM de Brasília no STJ, os defensores de Arruda reclamam da falta de privacidade do cliente.

A solicitação dos defensores de Arruda foi enviada à Procuradoria Geral da República (PGR) para parecer. Só depois da manifestação do Ministério Público é que Fernando Gonçalves deve decidir, o que pode ocorrer ainda nesta semana.

"Arruda está em permanente estado de vigília, irritadiço", diz o texto encaminhado pelos advogados ao STJ. "Não bastasse as agruras do encarceramento, Arruda sofre arbitrariedades como o fato de ter de pedir autorização para os carcereiros para fazer suas necessidades fisiológicas e até para escovar os dentes". Os advogados descrevem ainda episódio em que teriam sido expulsos da sala onde se reuniam com Arruda em razão do avançar da horário: eram 22h.

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Arruda está preso desde 11 de fevereiro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por força de decisão do STJ, depois de supostamente tentar subornar uma testemunha do inquérito do mensalão do DEM de Brasília, o jornalista Edmilson Edson do Santos, o Sombra.

O escândalo de corrupção no DF, conhecido como mensalão do DEM, veio à tona no dia 27 de novembro, quando a PF deflagrou a Operação Caixa de Pandora. Segundo o inquérito do Ministério Público Federal, Arruda seria o comandante de um esquema de propina, no qual estariam envolvidos o então vice-governador, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), deputados distritais e membros do governo.