Presidente do PSDB, Aécio Neves, se reuniu com Temer na segunda-feira (21).| Foto: Lula Marques/Agência PT

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) , confirmou nesta teça-feira (22) que discutiu na segunda-feira, numa reunião de mais de três horas com o vice-presidente Michel Temer, a construção de uma agenda emergencial de recuperação para o país, para ser implementada em caso de aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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Aécio disse que para o PSDB o melhor era que Dilma tivesse condições de concluir seu mandato até 2018, mas diante da impossibilidade, o consenso no partido é , ao contrário do PT no governo Itamar Franco, agir com responsabilidade para dar todo apoio político que Temer precisar para tirar o Brasil da situação “caótica” em que se encontra.

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Para que isso aconteça, disse Aécio, o impeachment é o caminho mais curto. “Nós do PSDB não fugiremos à nossa responsabilidade de ajudar o Brasil. Aprovado o impeachment, nós temos que estar prontos para ajudar na construção de uma agenda ousada de resgate do Brasil. Não faremos como o PT, que negou apoio ao governo do presidente Itamar Franco. Daremos nosso integral apoio político ao governo de transição, não necessariamente com ocupação de cargos”, disse Aécio, frisando que falava como presidente do PSDB, e que haveria uma convergência na legenda sobre esse acordo com o PMDB.

Perguntado sobre declarações do senador José Serra (SP) , que pensa a participação do PSDB num eventual governo Temer com ocupação de cargos, Aécio minimizou: “São declarações de posição pessoal do senador.”

Aécio também reagiu às declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, depois de se encontrar com o ex-presidente Lula, insinuou que impeachment, sem provas, é golpe, e criticou o desembarque do PMDB da base governista.

O tucano disse que depois de reunião com líderes do partido e outras legendas, a expectativa é de que aprovado na Câmara, “é quase impossível” que o Senado impeça esse processo de ser concluído na Casa.

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“Nós respeitamos a posição do presidente Renan, mas as bases do PMDB avançam numa velocidade maior do que o que ele pensa sobre o impeachment”, respondeu Aécio, completando:”Essa Casa é capaz de muitas coisas, menos de virar as costas para a opinião pública e a pressão da sociedade.”

Reação de Dilma

Sobre o protesto feito pela presidente Dilma Rousseff em reunião com aliados juristas no Planalto, em que chamou o impeachment de “golpe” e tentativa da Oposição de chegar ao poder sem votos, Aécio disse que o processo do impeachment se dá absolutamente dentro das regras democráticas e constitucionais, definidas pelo Supremo Tribunal Federal e avalizadas pelo PT ao aprovar a criação da comissão processante na Câmara.

Ao comentar as declarações da presidente, Aécio disse que Dilma está tendo , nos últimos dias, um comportamento oscilante, deixando de lado a arrogância para assumir a vitimização.

“Se a presidente Dilma tivesse condições de chegar a 2018 cumprindo seu mandato, seria o melhor para nós da Oposição. Mas ela já provou que não tem condições de chegar a 2018. Se aprovado o impeachment, quem assumirá o poder é alguém que esteve nesse governo nos últimos 13 anos”, disse Aécio.

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Sobre a reunião com Temer, em São Paulo, Aécio diz que é natural que os presidentes dos dois maiores partidos conversem sobre o cenário que se desenha com a aprovação do impeachment “muito rapidamente”.

“Nesse momento é importante que as lideranças conversem . Quero confirmar que estive ontem em São Paulo numa longa conversa com o vice-presidente e presidente do PMDB Michel Temer, avaliando o cenário a nossa frente e dividindo nossas preocupações. Encontrei o vice presidente sereno mas muito ciente do seu papel nesse momento. Vamos agora estender essa conversa a outras forças tendo como única prioridade, o Brasil. Tirar o País dessa situação econômica e social caótica”, comentou Aécio.

Ele explicou que a avaliação de todos é que, nesse momento, o impeachment é o caminho mais rápido para fazer esse “resgate” da confiança no País, já que um processo no Tribunal Superior Eleitoral poderia demorar demais.

“O mandato conquistado pelo voto teria mais legitimidade para fazer as reformas que serão necessárias. Mais nesse momento a convergência é que o impeachment é o caminho mais curto para o resgate da confiança e a recuperação do Brasil”, completou o presidente do PSDB.