Aeroporto Afonso Pena tem mais uma manhã de atrasos e cancelamentos

Pelo terceiro dia seguido os atrasos em vôos nos principais aeroportos do país se refletem no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José do Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Segundo a Infraero, em Guarulhos e Congonhas os vôos estão decolando com um espaçamento de 20 minutos na manhã desta sexta-feira (22). O efeito cascata atinge novamente os principais aeroportos do país, inclusive o Afonso Pena.

Os atrasos geraram algumas filas na manhã desta sexta-feira no saguão do Afonso Pena, mas não houve nenhum tumulto, segundo a Infraero. De acordo com o boletim da estatal que administra os aeroportos do país, no período das 6 às 9 horas estavam previstos 28 vôos para o terminal aéreo em São José dos Pinhais. Destes, 12 apresentaram atrasos entre pousos e decolagens, o que representa quase 43% dos vôos.

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Depois de mais uma semana marcada por transtornos nos aeroportos do país, o Comando da Aeronáutica já arquiteta uma dura reação à operação-padrão dos controladores de vôo do Cindacta 1, em Brasília , principal foco de resistência. Em reunião com auxiliares, nesta quinta-feira, o comandante da Força Aérea Brasileira, Juniti Saito, determinou que fosse preparado um plano para minar o movimento dos controladores.

Na noite desta quinta-feira, o comandante do Cindacta 1, coronel Eduardo dos Santos Raulino, reteve os cerca de 60 sargentos que estavam de serviço para uma reunião com o Comando da Aeronáutica, provavelmente para anunciar essas medidas. Segundo fontes, na reunião, Raulino disse que colocaria ordem na casa, que estava sob pressão e que não admitiria qualquer tipo de desmando. Ele ainda acusou controladores pelo caos desta semana.

A Aeronáutica já pensa convocar controladores de outras regiões. Eles seriam encarregados de fazer o trabalho dos sargentos que se recusarem a colocar em funcionamento os equipamentos que monitoram os vôos (consoles). Um oficial, em entrevista ao jornal O Globo, disse que novas prisões não estão descartadas.

A Aeronáutica determinou nesta quinta-feira mais uma prisão administrativa: o vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), Moisés Gomes de Almeida, ficará detido a partir de segunda-feira, por uma entrevista dada à Rádio CBN há uma semana. A prisão do presidente da federação, Carlos Trifilio, também por entrevistas não autorizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), já fora ordenada. Moisés afirmou que vai procurar defesa na Justiça, apesar de achar que tem poucas chances de vitória. Ele acredita que também está ameaçado de prisão o presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA), Wellington Rodrigues, igualmente por entrevistas não autorizadas.

Na noite de quarta-feira, o comando da Aeronáutica determinou a prisão do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controle de Tráfego Aéreo, sargento Carlos Trifilio, que trabalha há mais de 20 anos no controle aéreo, devido às recentes declarações dadas por ele à imprensa, nas quais critica a gestão da Aeronáutica.

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Desde terça-feira, apenas dois dos cinco consoles que monitoram o tráfego em São Paulo estavam em operação, o que causou controle no fluxo de aviões. A FAB atesta que não há problemas com os equipamentos, mas os sargentos dizem que há borrões nas telas . De acordo com o mais recente balanço divulgado pela Infraero, 38,1% dos vôos do país registraram atrasos superiores a uma hora até as 18h30 desta quinta-feira. Dos 1.475 vôos previstos, 562 saíram fora do horário e 122 foram cancelados, o que representa 8,2% do total.

Na manhã desta sexta-feira os aeroportos internacionais de São Paulo, em Guarulhos, e Antonio Carlos Jobim, no Rio, registram atrasos. Em São Paulo, seis vôos apresentam atrasos superiores a uma hora e dois vôos foram cancelados. No Rio, dois vôos estão atrasados. Na quinta-feira, segundo a Infraero, 38% partiram com mais de uma hora de atraso no país.

No final da noite de quinta, no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, ainda operava com intervalo de 40 minutos entre as decolagens para as regiões norte, nordeste, centro-oeste, e para Belo Horizonte. Em dias normais, esse intervalo é de 3 minutos. Até às 21h, dos 274 vôos programados para sair de Congonhas, 66 apresentavam atrasos e dois foram cancelados.Tensão aumenta

A prisão administrativa do sargento Carlos Trifilio aumentou a tensão entre seus colegas em São Paulo, que ameaçam engrossar uma nova greve, a exemplo do movimento desencadeado em março por sargentos do Cindacta 1, de Brasília. Movimento provocou o caos aos aeroportos às vésperas do feriado da Semana Santa. Segundo um controlador, que pediu para não ser identificado, quando eles falam que o sistema está caótico, não estão mentido. Ele acrescentou que um novo protesto é possível, pois o grupo está bastante insatisfeito.

O caos aéreo e a prisão do sargento também prometem esquentar o encontro internacional que a Febracta e a Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo vão promover na próxima terça-feira, em Brasília. A idéia é reunir controladores de vôo do Brasil, Argentina e Uruguai para debater problemas comuns à categoria.

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Em entrevista à BandNews FM nesta quinta-feira, o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, afirmou que o Brasil não tem um plano aeroviário nacional e disse que a responsabilidade pelo tráfego aéreo é da Aeronáutica. Segundo ele, a crise atual deverá ser resolvida apenas nesta sexta-feira, por volta das 15h.