O senador é homenageado pelo funcionários do Senado: segundo denúncia, ele teria deixado de declarar uma casa no valor de R$ 5 milhões| Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Sem cargo, mas ainda poderoso. Foi esta a imagem do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, ao consumar na quarta-feira (4) seu afastamento do cargo. Agaciel, que sempre esteve à sombra dos parlamentares, viveu o papel de político popular. No salão de entrada do Senado, foi homenageado por cerca de 200 funcionários. Concursados e ocupantes de cargos de confiança receberam-no com entusiasmo só visto em visita de personalidades ilustres. Agaciel percorreu um salão lotado, foi abraçado, agarrado e até ensaiou um discurso. De teor político. De político com problemas. "Não vou fazer aqui minha defesa. Já mostrei tudo que tinha de mostrar no papel", disse.

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A manifestação de servidores reforça informações de bastidor de que o substituto, o diretor-geral adjunto, Alexandre Gazineo, continuará ligado a Agaciel, que por quase 15 anos ocupou o posto máximo da hierarquia funcional do Senado. O ex-diretor foi alçado ao cargo pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que hoje ocupa o cargo de presidente da Casa. Poderoso e apadrinhado, Agaciel desfrutava de um "semimandato". A cada aniversário, os convites para participar do jantar em sua homenagem eram disputados. No entanto, não resistiu à revelação de que não declarara a propriedade de uma mansão, em Brasília, avaliada em R$ 5 milhões.

Na quarta-feira, despediu-se: "Voltando a ser um humilde servidor, a única coisa que quero de vocês é amizade", disse. E ouviu alguns "volta!, volta!" e muitos aplausos.

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