A nomeação do namorado da neta do presidente José Sarney (PMDB-AP) na diretoria-geral do Senado confirma que o ex-diretor Agaciel Maia usava as vagas de confiança do órgão como instrumento de poder para agradar aos senadores. A diretoria-geral possui cerca de 200 vagas comissionadas disponíveis para um pequeno espaço no terceiro andar do prédio principal do Senado. Muitos desses cargos foram criados por atos secretos. Agaciel aproveitou para empregar indicados de Sarney, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Mão Santa (PMDB-PI).
No dia 26 de março de 2008, ele nomeou Rosângela da Silva Mourão para trabalhar na diretoria-geral. Mas ela sempre prestou serviços a Mão Santa no Piauí. Outro ato confirma isso: no dia 2 de abril, uma semana depois, Rosângela foi nomeada para o gabinete do senador piauiense. Esqueceram-se de cancelar o ato que a colocava na diretoria-geral.
A secretária particular de Sarney, Maria Vandira, se enquadra em caso semelhante. Ela aparece como funcionária do gabinete da mesma diretoria, segundo o Portal da Transparência do Senado. Ela foi nomeada, por ato secreto, em 30 de dezembro de 2003 para trabalhar como "assessor técnico" na Secretaria de Informática, conhecida como Prodasen. Na época, Sarney presidia a Casa pela segunda vez. O ato foi assinado por Agaciel, mas Vandira nunca prestou serviços à área. Muito menos na diretoria-geral, onde hoje está lotada. Independentemente do local onde oficialmente ficou nos últimos 20 anos, nesse período ela sempre esteve com Sarney. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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