Agentes continuam fazendo buscas dentro da sede da Policia Federal no Rio, na Praça Mauá, para tentar encontrar os mais de R$ 2 milhões que foram retirados do cofre da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no último fim de semana. Ainda há suspeita de que o dinheiro possa estar dentro da instituição. Trinta e cinco agentes ue participaram da operação para prender traficantes internacionais - na qual foi apreendido o dinheiro furtado - foram ouvidos nesta quarta-feira. Os depoimentos podem ajudar a esclarecer o furto.
Também manhã desta quarta-feira, o superintendente interino da Polícia Federal no Rio, Roberto Prel, disse, em entrevista à Rádio CBN, que estão sendo analisadas todas as imagens existentes nas câmeras externas da Polícia Federal. Ele não quis informar, no entanto, se estas imagens foram feitas no corredor da delegacia, que dá acesso às salas onde estão os cofres.
O dinheiro fora apreendido na Operação Caravelas, que desbaratou uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. A quadrilha exportava cocaína acondicionada em pedaços de carne de boi congelada.
Os agentes investigarão se os responsáveis pelo roubo têm ligação com a quadrilha. Uma das suspeitas é que policiais cúmplices dos traficantes tenham levado o dinheiro não só por cobiça, mas para atrapalhar as investigações sobre o bando, dificultando a identificação e a prisão de outros integrantes do grupo.
ONDE ESTAVA O DINHEIRO?A polícia apresentou terça-feira uma nova versão sobre o local de onde o dinheiro foi levado. Ele estaria numa sala com porta de grade de ferro, dentro da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), no quarto andar, e não na sala-cofre apresentada aos jornalistas na segunda-feira. Para conseguir as chaves da sala, os ladrões arrombaram seis portas da delegacia e o armário do chefe do cartório. Seguiram até o recinto onde estava o dinheiro e abriram duas portas.
Uma das hipóteses é que o ladrão tenha jogado a sacola com o dinheiro para um cúmplice na Rodoviária Mariano Procópio, ao lado. Também surgiu a suspeita de os mais de R$ 2 milhões não terem saído da PF. As dependências foram vasculhadas, além dos armários dos policiais que foram afastados depois do crime.
Para explicar o erro na divulgação do lugar onde estaria o dinheiro, o superintendente em exercício da PF do Rio, delegado Roberto Prel, disse apenas que houve um mal-entendido. Ele não explicou o motivo de a informação errada ter sido mantida até a noite de terça-feira.
- Pensei que vocês (os jornalistas) estivessem falando da sala-cofre dentro da DRE - disse o delegado.
No lugar onde a PF disse inicialmente que estaria o dinheiro, na verdade se encontra a cocaína pura apreendida com a quadrilha.
NA SEDE DA PF, CLIMA DE CONSTRANGIMENTODepois da divulgação de fotografias que mostram a precariedade das condições da sala-cofre no quarto andar, com fios à mostra e uma caixa de luz sem porta, a PF fez uma maquiagem no local. A caixa de luz ganhou portas pintadas. Na sede da corporação, o clima é de constrangimento. O delegado titular da DRE, Alfredo Dutra, um dos 59 policiais afastados, estava indignado.
- Não acredito em envolvimento de ninguém da minha equipe, mas tenho certeza de que foi alguém da PF. Prendemos uma quadrilha e agora vamos prender outra.
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