O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, disse que as denúncias de corrupção contra ele são "uma armação" e que "não merecem crédito". Ele acredita que está sendo vítima de uma "organização criminosa que governou Brasília".
Os jornais Folha de S.Paulo e O Globo publicaram, nas edições desta terça-feira (8), cópia do comprovante de um depósito de R$ 5 mil na conta de Agnelo Queiroz, feito pelo lobista Daniel Almeida Tavares. Na segunda (7), a deputada distrital Celina Leão (PSD) disse ter uma gravação do lobista na qual ele revela que pagou propina a Agnelo Queiroz em 2008, quando o atual governador do DF era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o lobista, o dinheiro era para facilitar a concessão de licenças farmacêuticas do laboratório União Química. "O que está acontecendo é uma armação de uma organização criminosa que governou Brasília, que continua montando dossiês, pagando testemunhas. É isso que está acontecendo aqui. Não tem absolutamente nada, a não ser armação criminosa, e tenho certeza de que, na Justiça, vamos desmascarar isso", disse o governador após participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto. Por meio de nota, Agnelo Queiroz confirmou ter recebido o dinheiro de Daniel Almeira Tavares, mas garante que foi como "devolução de uma quantia concedida em empréstimo à referida pessoa, realizada de forma transparente". Após a cerimônia no Planalto, Agnelo foi perguntado sobre a relação dele com o lobista. Respondeu que Tavares é uma "pessoa amiga" que, há anos, foi militante do PCdoB, partido do qual Agnelo também foi filiado. "Foi um depósito de conta-corrente para conta-corrente, o esclarecimento está feito, não se pode associar isso à irregularidade", disse o governador.