a polêmica
A divergência está na chamada ‘ideologia de gênero’, que diz que crianças nascem assexuadas e que optam mais tarde por uma sexualidade. Defensores da proposta dizem que só querem evitar discriminação.
Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (15) foi o último passo antes de os deputados estaduais votarem na Comissão de Educação o projeto do Plano Estadual de Educação, que chega ao plenário nos próximos dias. Para que o estado não sofra sanções nem perca verbas destinadas à área, o governador Beto Richa (PSDB) precisa sancionar o plano até o dia 24 deste mês. Antes disso, os parlamentares terão de resolver uma polêmica que contrapõe integrantes da bancada evangélica à Secretaria de Educação.
A polêmica
A divergência está na chamada ‘ideologia de gênero’, que diz que crianças nascem assexuadas e que optam mais tarde por uma sexualidade. Defensores da proposta dizem que só querem evitar discriminação.
Vereadores adiam discussão sobre o tema
Em Curitiba, a discussão sobre igualdade de gênero também mobilizou os vereadores. Um grupo de 22 parlamentares curitibanos assinou documento solicitando a retirada da expressão do projeto do plano municipal de educação, que deve ser votado na Comissão de Legislação nesta segunda-feira. Com a adesão dos 22 vereadores, a discussão praticamente está encerrada, já que são precisos 20 votos para formar maioria na Câmara. Nesta segunda-feira (15), o projeto seria votado em duas comissões, de Legislação e de Educação, e estaria pronto para ir a plenário. No entanto, o vereador Pastor Valdemir (PRB) pediu vista ao projeto. Com isso, as votações foram remarcadas para a quarta-feira. (RWG)
O projeto enviado pela secretaria, construído depois de consulta a mais de 50 entidades, sugere a inclusão de cláusula prevendo o combate à discriminação e, especificamente, a promoção da igualdade de gênero. Mas uma emenda da deputada Cláudia Pereira (PSC), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), derrubou a questão da igualdade de gênero. A secretaria e professores da rede pública insistem que se trata de um equívoco e pedem que a emenda seja derrubada.
No Congresso, durante a construção do Plano Nacional de Educação, no ano passado, houve discussão semelhante. A proposta de igualdade de gênero foi aprovada em todas as comissões. Mas na votação final, a proposta foi derrubada. Agora, a tendência é que a discussão se repita em estados e municípios – todos precisam aprovar seus planos neste mês, quando o Plano Nacional completa um ano.
A deputada Cláudia Pereira diz que tomou a iniciativa de derrubar a previsão de igualdade de gênero por duas razões. Primeiro, para que o plano local estivesse “em consonância” com o plano nacional, que barrou a expressão. Segundo, por acreditar que isso poderia levar a uma vitória do que integrantes da bancada conservadora chamam de “ideologia de gênero”. “Essa ideologia ensina que as crianças nascem assexuadas e que têm que optar mais tarde por uma sexualidade. Isso vai contra a natureza humana”, diz.
No primeiro debate sobre o tema na Comissão de Educação da Alep, na semana passada, quando deputados expressaram essa preocupação, representantes dos professores disseram que em nenhum momento é disso que se trata. “Claro que ninguém acredita que as crianças são assexuadas. Mas é na fase escolar que elas se deparam com a descoberta da sexualidade, e é preciso evitar que as orientações sexuais não sejam motivos de preconceito”, afirmou Janeslei Albuquerque, da APP-Sindicato, que representa os professores estaduais.
Já a superintendente de Educação, Fabiana Campos, afirma que quando se menciona“gênero” no texto está sendo feita referência exclusivamente a homens e mulheres. “Quando falamos em igualdade de gênero, que é o que consta do projeto, estamos falando unicamente em promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres. As pessoas tendem a achar que isso tem a ver com homossexualismo, mas quando se fala disso a linguagem é outra, falamos de LGBT”, diz.
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Lula ganha aliado europeu no acordo Mercosul-UE e acerta venda de aviões da Embraer
Projeto que eleva conta de luz em 7,5% avança no Senado e vai para o plenário
Deixe sua opinião