Entre uma foto e outra solicitadas por centenas de petistas durante o 4o Congresso Nacional do PT, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu encontra tempo para prever o futuro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apostar no incremento da representação da legenda no Congresso.

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"Quando deixar o governo, Lula terá outras tarefas além de ser ex-presidente da República. Um delas, que vou defender, é participar da construção do PT, do fortalecimento do PT", disse Dirceu a jornalistas durante o encontro deliberativo da legenda na sexta-feira.

Colocado frente a dados que mostram que a votação em Lula tem crescido mais do que a aceitação da legenda pelo eleitor entre 2002 e 2006, Dirceu afirmou que o partido se ressentiu de uma "guerra", em uma menção indireta ao escândalo do mensalão de 2005, do qual foi o principal prejudicado.

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"O PT enfrentou uma guerra política de 2005 a 2008, isso tem efeito, mas o PT tem grande oportunidade de ampliar sua base eleitoral para as camadas populares e consolidar a aliança que fez com o pequeno e o médio empresários", afirmou.

A presença do PT na Câmara dos Deputados, principal medida da representação partidária, de acordo com cientistas políticos, passou de 91 parlamentares na eleição de 2002 para 83 em 2006. Para o ex-ministro, o objetivo é levar o PT, dos cerca de 18 por cento que detém na Câmara para algo próximo de 30 por cento.

Com a eleição interna realizada no ano passado, Dirceu passou a ser integrante do novo Diretório Nacional do partido e foi mencionado em discurso de posse do novo presidente da legenda, José Eduardo Dutra, como exemplo de presidência a ser seguida.

Na menção a Dirceu, a plateia de mais de 3 mil militantes aplaudiu vigorosamente, superando as manifestações dadas a outros dirigentes que ocuparam o posto nos 30 anos da legenda completados este mês. O ex-ministro, no entanto, não ocupou o palco, que teve como principal estrela o presidente Lula.

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