No Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, após uma manhã que começou com filas saindo do saguão e até duas horas de espera, a situação no Aeroporto de Congonhas melhorou no início da tarde deste sábado (31). Às 16h30, os passageiros enfrentavam pouca ou nenhuma fila para fazer check in, situação bem diferente da manhã quando até oarcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, teve que aguardar no saguão lotado.

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"Foi rápido, não esperamos nada", disse a jogadora de vôlei de praia Carla Lira, 24 anos, que participou do Campeonato Circuito Banco do Brasil, em Santos, e tinha vôo marcado para Recife. Ela e Isabela Maio, 19 anos, sua parceira nos jogos, vieram preparadas para ficar muito na fila. "Tivemos muito medo e chegamos mais cedo", afirmou Isabela.

Às 16h30, o painel da Infraero em Congonhas registrava 32 atrasos entre chegadas e partidas. Segundo o balanço parcial, de 138 vôos que deveriam partir ou chegar ao aeroporto da abertura até às 14h, cinco foram cancelados (3,6%) e 48 (ou 34,8% do total) sofreram atrasos nesta manhã.

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No setor de embarque, de acordo com passageiros ouvidos pelo G1 por telefone, a situação era tranqüila, apesar da movimentação ser intensa e as salas estarem lotadas.

Briga em Guarulhos

Depois de esperar quatro horas para fazer check in no balcão da TAM no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo) passageiros reagiram com irritação e chegaram a discutir entre si e com funcionários da companhia aérea. Uma das envolvidas na discussão foi uma passageira argentina, que buscava informações, e foi acusada de furar a fila. "De repente surgiram três filas ao mesmo tempo. Estão passando outros passageiros na nossa frente", afirmou, exaltada a professora Raquel Gomes, que espera ser atendida desde as 11h30. Ela passou então a fiscalizar e organizar a fila do balcão de check in e discutiu com uma funcionária da TAM e com a passageira argentina que teria passado à frente dos outros clientes da companhia. Ela argumentou que apenas queria algumas informações.

Com a gritaria, outros passageiros que aguardavam também reagiram gritando e batendo palmas. "Estão passando gente na nossa frente e eles não fazem nada", reclamou Auzinete Carneiro, de 57 anos, que chegou às 11h15.

Em meio à irritação, o governo federal também recebeu críticas. "Enquanto isso, o Lula está em Washington...", ironizou a funcionária pública Rosa Ferreira Gomes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está nos Estados Unidos para encontro com o presidente norte-americano, George W. Bush.

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Para evitar confrontos, a Polícia Militar reforçou o policiamento no interior e no entorno dos aeroportos de São Paulo, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A medida foi tomada em função dos constantes tumultos registrados devido à crise aérea. Foram disponibilizados mais 30 policiais, além de outras oito viaturas. Disney

Desde a noite de sexta-feira (30), a engenheira Cristina Zuffo, 38 anos, tenta embarcar para Disney com a família. Acompanhada dos pais e dos filhos Ana, 6 anos, Luca, 3, ela teve seu vôo para Miami, nos Estados Unidos, cancelado em função da crise aérea provocada pela greve dos controladores de vôo.

Com vôo marcado para às 22h30, ela já havia feito até check in e estava na sala de embarque quando ficou sabendo que não poderia embarcar. Saiu do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, à meia-noite. Na manhã deste sábado (31), ao procurar a companhia, recebeu a sugestão de que remarcasse sua viagem para segunda-feira.

"A atendente me disse que era melhor remarcar para segunda-feira à noite e me orientou a não ir ao aeroporto no sábado. Ela me disse que eu processasse o governo, porque a empresa não tinha culpa", lamentou a turista frustrada.

Determinados

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Contrariando o conselho, a família toda resolveu tentar uma vaga mesmo assim. "Estamos desesperados para ir", disse a engenheira, que tirou uma semana de folga para viajar e já pagou todos os passeios na Disney. Antes de ir para o aeroporto, ela passou no supermercado para comprar mantimentos para que a família agüentasse a espera.

No começo desta tarde, Cumbica tinha 18 atrasos em vôos internacionais, sendo a maioria em função de cancelamentos da noite anterior. Entre as partidas nacionais, havia seis atrasos e três cancelamentos.