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Segundo Walter Magalhães, de 28 anos, um dos que criaram a página no Facebook que chamava a população para a marcha, o primeiro passo foi dado com a participação do povo no protesto. Agora, é preciso se mobilizar também para medidas práticas. Como o movimento cresceu entre os brasileiros, uma página na internet será colocada no ar até a próxima semana e deve ajudar ainda mais na divulgação de mobilizações futuras.

"A gente deu início à guerra. Agora, tem que começar a lutar nas batalhas. Estamos discutindo a ideia para saber como vai ser o recolhimento das assinaturas. Vamos ver se coletamos tanto pessoalmente quanto pelo site que vamos colocar no ar", afirmou Walter, esclarecendo que ainda não há uma meta de assinaturas a serem recolhidas.

De acordo com ele, uma próxima marcha está sendo organizada e, a exemplo do que aconteceu com a anterior, vai ser divulgada pelo Facebook e por outras redes sociais. O objetivo é fazer com que grupos de outras cidades façam simultaneamente seus protestos contra a corrupção. Por enquanto, o contato maior é com movimentos de São Paulo e Porto Alegre.

Sites internacionais repercutem mobilização dos brasileiros

A ida dos brasileiros às ruas para protestar contra a corrupção repercutiu em sites internacionais. O jornal espanhol "El País" destacou que a manifestação foi um "movimento de indignados" e que ocorreu a 300 metros de onde a presidente Dilma Rousseff participava das comemorações pelo Dia da Independência. Lembrou ainda que um grupo de parlamentares criou uma Frente Suprapartidária contra a Corrupção.

"Como indicaram os nove senadores que criaram um grupo de apoio às manifestações contra a corrupção, o movimento se trata mais de defender a iniciativa da presidente de endurecer suas ações contra a ilegalidade, o que é visto com maus olhos até mesmo por políticos de seu próprio partido e de alguns partidos aliados do governo que já perdeu quatro ministros", diz o jornal.

A publicação diz ainda que a marcha foi divulgada pelas redes sociais e um outro protesto do gênero vai acontecer no Rio, no próximo dia 20.

"Como as manifestações têm sido organizadas por meio da internet, pelas redes sociais, é imprevisível o número de participantes, ainda que, como destacam os analistas políticos, o importante é que o fogo já foi aceso", destaca o "El País".

Já o site da BBC, diz que três ministros de Dilma deixaram o cargo em meio a denúncias - Alfredo Nascimento, Wagner Rossi e Antonio Palocci.

"Dezenas de funcionários do governo também perderam seus empregos ou foram presos", escreve o site.

"Os manifestantes se reuniram em frente a ministérios do governo e do Congresso com baldes e esfregões em um gesto simbólico de lavar a corrupção", completou a BBC.

Na página do jornal argentino "La Nación", a reportagem exalta a iniciativa e diz que o momento lembra um outro período da história do país.

"As caras pintadas dos manifestantes, em sua maioria jovens, lembraram os protestos anticorrupção contra o presidente Fernando Collor e que forçaram sua renúncia, em 1992", escreve a reportagem.

"A imprensa, onde foram publicadas as denúncias, e a sociedade em geral têm aplaudido a limpeza realizada pela mandatária", completa o jornal.

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