A divulgação de que o doleiro Alberto Yousseff teria afirmado em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lulatinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras gerou uma briga judicial entre PSDB e PT. O estopim foi reportagem publicada pela revista "Veja" em sua edição mais recente apontando que o doleiro disse na última terça-feira (21), ao delegado que presidia o interrogatório, que o Planalto sabia de tudo que acontecia na estatal. "Mas quem no Planalto?", teria perguntado o delegado, de acordo com o relato da revista. "Lula e Dilma", teria respondido Youssef.

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A campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB) entrou nesta sexta-feira (24) com uma notícia-crime na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Dilma e o ex-presidente.

A coligação "Muda Brasil", que reúne os partidos PSDB, DEM, SD, PTB, PMN, PTC, PEN, PTdoB e PTN, pede a abertura de inquérito policial para investigar responsabilização ou envolvimento em esquema de corrupção da Petrobras.

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Na ação, a oposição pede que seja analisado se os petistas cometeram crimes como contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, peculato (desvio de dinheiro público), prevaricação, corrupção ativa e passiva. "Os fatos narrados na reportagem precisam ser aprofundados para que se investigue até que ponto os representados (Dilma e Lula) estão envolvidos nessas irregularidades e o seu nível de responsabilização por elas, podendo ser eles enquadrados como partícipes, coautores ou meros beneficiários, levando em conta que cada um desses níveis de envolvimento implica responsabilização criminal que se requer seja devidamente apurada", afirma o texto.

A presidente fez questão de responder à revista em sua propaganda eleitoral e acusou "Veja" de "terrorismo eleitoral" para interferir na sucessão presidencial. A campanha petista entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido para abertura de inquérito para apurar vazamento de informações sigilosas sobre a delação de Yousseff, depoimento do jornalista de "Veja" que assina a reportagem e ainda a concessão de acesso imediato à fala do doleiro. "Mesmo que isto importe em omitir ou tarjar nomes e qualificação de terceiras pessoas também delatadas no mesmo depoimento, tudo com fins de possibilitar um mínimo de contraditório, especialmente diante da proximidade das eleições presidenciais", afirma o texto.

O PT anunciou ainda que tomará outras medidas judicias com ações criminais, como ação penal por calúnia e difamação contra o repórter que assina o texto e contra a revista; pedido de investigação à PGR para que também apure o suposto vazamento da delação de Yousseff; além de pedido de indenização ao PT.

As ações judiciais eleitorais são: pedido de direito de resposta na revista, no site da revista e nos demais veículos que reproduzirem a matérias, com pedido de liminar para que o direito de resposta seja exibido imediatamente; pedido para proibir que a revista faça qualquer tipo de publicidade do conteúdo da revista, por configurar publicidade em desfavor de campanha; representação junto ao TSE para que se investigue os abusos cometidos pela "Veja" ao longo da campanha eleitoral.

Ainda de acordo com a revista, o então presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli determinou a Youssef que coletasse com as empreiteiras que participavam do esquema R$ 1 milhão para repassar a uma agência de publicidade que prestava serviços para a estatal.

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De acordo com o depoimento de Youssef relatado pela "Veja", a agência estava insatisfeita porque teria pago propina a políticos, mas ainda assim seu contrato foi rescindido. O dinheiro das empreiteiras serviu, segundo a reportagem, para comprar o silêncio da agência de publicidade.