No mesmo dia em que o vice Michel Temer (PMDB) se articulava mais à vontade para formatar sua virtual administração, a presidente da República Dilma Rousseff evitou falar sobre como ficará a Esplanada dos Ministérios, desfigurada em função das últimas movimentações nos comandos das pastas.
O resultado na votação do processo de impeachment, domingo (17), na Câmara dos Deputados, revelou ao Planalto que as intensas negociações de cargos não tiveram o efeito esperado.
O caso mais emblemático foi o do ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB), que saiu do cargo no Executivo apenas para votar contra o impeachment na Câmara dos Deputados, mas mudou de posição ao ser chamado ao microfone no plenário da Casa.
“Portanto, ele [Mauro Lopes] não é mais ministro do meu governo”, resumiu a presidente Dilma, na tarde desta segunda-feira (18), durante a primeira entrevista que concedeu à imprensa após a derrota no Legislativo.
Mas a presidente Dilma não avançou sobre o assunto com os jornalistas. Visivelmente abatida, a petista disse apenas que aqueles que defenderam o impeachment “deveriam sair”. “É uma consequência natural”, avisou ela.
Junto com Mauro Lopes, os peemedebistas Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) também deixaram seus cargos na semana passada e retomaram os mandatos de deputado federal somente para votar contra impeachment. Só Lopes não cumpriu com o compromisso. Por outro lado, Pansera e Castro foram reconduzidos às respectivas pastas.
Logo pela manhã, Pansera e Castro participaram de um encontro com a presidente Dilma no Palácio do Planalto, junto com mais de 20 deputados federais. Os ex-ministros evitaram falar com a imprensa, ao contrário do que fizeram outros aliados. Lá havia parlamentar do PR, PHS, PEN e PP.
Quase dez dos mais de 30 ministérios estão hoje sem seus titulares, na esteira do processo de impeachment. Gilberto Occhi (Integração Nacional), Gilberto Kassab (Cidades) e Henrique Alves (Turismo), do PP, PSD e PMDB, respectivamente, entregaram seus cargos após as bancadas dos seus partidos optarem pelo impeachment. Nas pastas, estão interinos.
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