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O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, anunciou na tarde desta quinta-feira (10) sua desfiliação do DEM. O anúncio foi feito na residência oficial do governador, em Águas Claras (a 15 km de Brasília). O governador é investigado em um suposto esquema de corrupção.

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador do DF é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Arruda disse que adversários manipularam imagens para tirá-lo da disputa eleitoral, na qual, segundo ele, era favorito. Ele disse que continua no governo, agora sem interesses eleitorais.

Antes do anúncio de sua desfiliação, Arruda telefonou para os deputados aliados para comunicar sua decisão, disse a deputada Eliana Pedrosa, líder do DEM na Câmara Legislativa do DF.

"O reflexo [da decisão de Arruda] nós só saberemos com o tempo. Ele se desfilando, tira o componente político", afirmou. Eliana disse também que a desfiliação não deve afetar a tramitação dos requerimentos de impeachment na Câmara Legislativa. "A Câmara tem um rito processual para esses casos. Nem haverá agilização, nem haverá açodamento [do processo]."

A saída de Arruda do DEM o deixa sem legenda para a disputa de cargos eleitivos nas eleições de 2010, pois o prazo de filiação a partidos se encerrou no começo de outubro, um ano antes do pleito do ano que vem.

Arruda recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta-feira (9) à noite para tentar evitar uma possível expulsão do partido. No pedido, ele alegava que o tempo dado pelo partido para que se defendesse – 8 dias – era insuficente. O mandado de segurança com pedido de liminar, no entanto, foi negado pela ministra Carmen Lúcia.

O DEM havia marcado para esta sexta-feira pela manhã uma reunião da executiva nacional para discutir a situação de Arruda na legenda. A expulsão do governador no Democratas era dada como certa.

Pouco antes do anúncio da desfiliação, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) comemorava a decisão do governador, dizendo que sua saída era boa para o partido. "Significa que ele reconheceu que seria expulso do partido. Para o partido é bom porque [a legenda] vacilou em um primeiro momento não fazendo o rito sumário, mas pressionou para que ele saísse", afirmou.

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