Luiz Antônio de Souza é o principal delator da Operação Publicano.| Foto: Roberto Custodio/Gazeta do Povo

O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, principal delator que colabora com as investigações da Operação Publicano, acusou os colegas por “desespero” e a partir daí “criou uma história”. Esse foi o argumento usado elo auditor fiscal Laércio Rossi, que foi interrogado na terça-feira (12), na audiência de instrução da ação penal da primeira fase da Operação Publicano.

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De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), auditores fiscais, empresários e contadores teriam formado uma “organização criminosa” para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina.

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Rossi, como outros auditores, têm negado tanto os 70 fatos apontados na denúncia do Ministério Público, quanto a existência da organização criminosa.

Ele disse ter sido “colocado num organograma”, que segundo ele não seria real. Segundo ele, “tirando a fala de Souza, não há nenhuma pessoa que cite o meu nome”. “Se algum contador ou empresário soubesse de alguma coisa viria à tona agora”, reforçou.

Rossi enfatizou a ideia de que Souza denunciou ele e os colegas de trabalho porque a sua situação era delicada. “Acredito que [Souza fez a denúncia] pelo desespero da situação em que ele estava”.

A referência era à perspectiva de que Souza tivesse uma pena longa, principalmente em decorrência dos crimes sexuais dos quais ele é acusado.

Rossi foi denunciado em 23 dos 70 fatos narrados pelo MP, mas negou participação em todos e disse que não tinha conhecimento de suspeitas contra outros auditores fiscais.

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Vazamento

O ex-delegado da Receita Estadual em Londrina, Dalton Lázaro Soares, negou que tenha vazado informações sobre as investigações do Gaeco a respeito de sonegação fiscal.

Soares disse desconhecer que empresários e auditores fiscais teriam sido alertados sobre investigações e que houve uma “interpretação equivocada do MP” com relação às denúncias de vazamento.

Segundo a denúncia do MP, Soares foi chamado à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público em novembro de 2014, onde foi informado “em caráter sigiloso e funcional” sobre a abertura de um procedimento para investigar os auditores fiscais Márcio de Albuquerque Lima, Luiz Antônio de Souza e Rosângela Semprebom.

O MP acusa Soares de ter vazado informações não só para os auditores investigados, como também para a empresa sob investigação.

Ele relatou que um dia depois de ter ido à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, foi abordado por Souza, no prédio da Delegacia da Receita Estadual. Conforme o relato, o hoje delator perguntou o que ele tinha feito na véspera, no MP.

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No final do depoimento, ele lamentou ter sido envolvido na Operação Publicano. “Eu trabalho na Receita há 22 anos, eu vivo com o meu salário. Sempre procurei exercer a minha atividade profissional com o maior zelo, sempre fui sério”, afirmou.