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O italiano Cesare Battisti está escrevendo uma carta endereçada aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual garante que, apesar de ter usado armas nos anos 70, nunca matou ninguém. Condenado à prisão perpétua na Itália, acusado de quatro homicídios, Battisti dirá na carta de próprio punho - marcada pelo tom emocional - que sua maior preocupação, nas ações do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), era montar uma estratégia para não ferir as vítimas;

O governo italiano sustenta que Battisti é terrorista e, inconformado com a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro - que concedeu refúgio político no Brasil ao ex-militante do PAC - quer que o Supremo modifique o veredicto. A Itália pede a extradição de Battisti, alegando que ele precisa pagar pelos crimes cometidos. O caso provocou uma crise diplomática entre os dois países

A tendência do STF é de reformar a decisão de Tarso, sob o argumento de que a lei do refúgio proíbe a concessão do asilo a terroristas. Em seu parecer, porém, o ministro destaca que Battisti apresentou "fundado temor" de perseguição política, necessário para o reconhecimento da condição de refugiado

A carta de Battisti será distribuída aos integrantes do STF na quinta-feira por seu advogado, Luiz Eduardo Greenhalgh. Numa tática combinada, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lerá o texto no mesmo dia, no plenário do Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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