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O vice-presidente da Câmara dos Deputados italiana, Maurizio Lupi, elogiou nesta terça-feira (17) a decisão do governo brasileiro de não contestar a possível extradição do ex-ativista Cesare Battisti, que está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lupi se reuniu com parlamentares brasileiros. As informações são da Agência Câmara.

No último dia 30, no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a concessão de refúfio político ao italiano, pelo Ministério da Justiça, mas afirmou que, "na hora que a Justiça tomar a decisão, seja qual for, nós não discutimos mais".

O parlamentar italiano e o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, estiveram reunidos com integrantes do Grupo Parlamentar Brasil-Itália.

Lupi assegurou que o episódio da concessão do asilo a Battisti pelo governo brasileiro não provocará um problema diplomático entre os dois países, mas reafirmou o pedido de apoio, feito em janeiro deste ano pelo presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, para a extradição de Battisti.

Integrante de um grupo de esquerda na década de 70, Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos.

"Como somos instituições fortes e democráticas, devemos garantir tanto a liberdade dos cidadãos como o cumprimento de penas por crimes cometidos", afirmou Lupi à Agência Câmara.

O parlamentar lembrou, no entanto, que o objetivo de sua visita não é reabrir a polêmica em torno do assunto, mas estreitar os laços entre o parlamento italiano e o brasileiro.

O embaixador italiano lembrou aos parlamentares que a condenação de Battisti pela justiça italiana foi confirmada pelo Judiciário francês e pela Corte Europeia de Direitos Humanos. Às 16h30, Lupi e Valensise se reúnem com o presidente da Câmara, Michel Temer.

Congresso

O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Itália, deputado Ricardo Barros (PP-PR), lembrou que a decisão sobre Battisti não depende mais do Congresso.

Os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), que participaram da reunião, criticaram a decisão do governo brasileiro. Os dois consideram que a decisão de asilar Battisti fere o respeito que cada país deve ter pelos poderes de outro.

Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), defendeu a decisão do governo brasileiro e disse que ela se baseou na Lei de Anistia. O parlamentar ainda fez um apelo para que o episódio não prejudique as relações econômicas entre os dois países.

O deputado Zonta (PP-SC) fez um apelo para sejam retomadas as negociações para a exportação de carne de Santa Catarina para a Itália, suspensas depois da decisão do governo de conceder o asilo a Battisti.

O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) diss que estará em Roma esta semana para informar que uma parte do Parlamento brasileiro e de organizações civis não concordam com o asilo político para Battisti.

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