Os presos na Operação Hurricane que prestarão depoimento nesta quinta-feira no Rio de Janeiro chegaram à cidade pouco depois das 13h. Dos 21 detidos na sede da PF desde o dia 13, 17 decolaram de Brasília para o Rio. Outros quatro, que são servidores públicos - entre eles o policial civil Marcos Antônio Bretas, o Marcão - têm direito a apresentar defesa prévia. Também nesta quinta máquinas de caça-níqueis foram apreendidas na Zona Oeste do Rio, em nova ação contra a máfia do jogo no estado.
Serão interrogados nesta quinta-feira os bicheiros Aniz Abraão David, o Anísio, presidente de honra da Beija-Flor; Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa); e Antonio Petrus Kalil, o Turcão. Eles serão ouvidos pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal Federal. Os outros 14 acusados acompanharão o interrogatório. Todos os depoimentos devem ser tomados até 7 de maio.
O advogado Ubiratan Guedes, que defende Anísio,disse no prédio da Justiça Federal que o cliente é inocente.
- Meu cliente desconhece o esquema de venda de sentenças alegado pela Polícia Federal e não possui nenhuma maquininha, nenhuma maquininha de caça-níqueis - disse Ubiratan, segundo quem os US$ 47 mil encontrados na casa do bicheiro foram declarados no Imposto de Renda e seriam fruto da venda de imóveis.
Em Brasília os presos embarcaram às 11h no avião Asa Branca Embraer 145. Eles tinham saído da carceragem da PF às 6h45m e foram levados ao hangar da Polícia Federal (fotos). Os criminosos permanecerão no Rio durante o todo o processo de investigação e devem ficar presos num quartel do Exército.
Na quarta-feira dois dos três tesoureiros do jogo do bicho que estavam foragidos - e que teriam em seu poder US$ 15 milhões - se entregaram à polícia.
Desembargador sabia de investigação contra ele
Reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal 'O Globo' informa que o ex-vice presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, desembargador José Eduardo Carreira Alvim, preso na Hurricane, sabia que estava sendo investigado. Em conversa gravada por grampo instalado em seu gabinete, Carreira diz ao desembargador José Ricardo de Siqueira Regueira, também preso na operação, ter sido informado por alguém do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o pedido de quebra do seu sigilo bancário.
Em entrevista coletiva nesta quinta, Regueira não comentou o assunto, mas se disse vítima de perseguição e acusou a Polícia Federal de querer demontar o Judiciário.
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