Oposição articula CPI do congresso para investigar Petrobras
A oposição começou a recolher nesta terça-feira (25) assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar denúncias de irregularidades na Petrobras. São necessárias 171 assinaturas de apoio na Câmara e outras 27 no Senado. PPS, PSDB, DEM e Solidariedade querem analisar denúncias de superfaturamento, pagamento de propina e má gestão na estatal.
Movimento de insatisfeitos não é contra Dilma, diz presidente da Câmara
A movimentação de deputados da base para formar um bloco e pressionar o governo em votações na Câmara e também com demandas dos parlamentares não é "contra" a presidente Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Para Henrique Alves, integrante do PMDB, segunda maior bancada da Câmara e partido que lidera a ala dos insatisfeitos com a articulação com o governo, o movimento serve para fortalecer as siglas, que apoiam a reeleição de Dilma, apesar das reclamações.
Lucro da Petrobras cresce 11% em 2013, para 23,6 bilhões de reais
A Petrobras terminou 2013 com lucro líquido de R$ 23,570 bilhões, aumento de 11% em relação ao registrado no ano anterior. Apenas no quarto trimestre do ano passado, o ganho da estatal foi de R$ 6,281 bilhões. Refletindo a perspectiva dos investidores pelo balanço, as ações mais negociadas da Petrobras fecharam nesta terça-feira (25) em baixa de 2,21%, a R$ 14,18 cada.
Um dia após o governo tentar conter uma ameaça de rebelião em sua própria base na Câmara dos Deputados, oito partidos criaram nesta terça-feira (25) um "blocão" informal de atuação nas votações da Casa e já fecharam uma pauta incômoda ao Palácio do Planalto. Os partidos decidiram apoiar a instalação de uma comissão externa da Câmara para apurar a suspeita de que a holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias como a Petrobras, teria pago suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil.
A estatal é a menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff e um dos principais alvos de críticas dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto da oposição.
Ficou definido ainda que o grupo, que reúne mais de 250 dos 513 deputados, vai apoiar a aprovação de um projeto de Decreto Legislativo que exige da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) medidas para a devolução de recursos cobrados a mais, durante pelo menos sete anos, dos consumidores de energia elétrica. Uma conta de pelo menos R$ 7 bilhões. O erro foi revelado pela Folha de S.Paulo em 2010.
O blocão foi capitaneado pelo PMDB e conta com o apoio de PP, PROS, PDT, PTB, PSC, PR e o Solidariedade, que é oposicionista. O PSD formalizou a saída do grupo. A cúpula do PDT tinha resistência em aderir o movimento, mas a bancada apoio.
Em sua primeira reunião, os deputados avaliaram que o pacote anunciado pelo governo em resposta às insatisfações da base aliada ainda não é suficiente.Para neutralizar o "blocão", o governo anunciou ontem que decidiu mobilizar pelo menos 12 ministros para atender a demandas dos congressistas, prometeu cumprir liberação de verbas para as obras apadrinhadas por deputados e senadores no orçamento de 2013, além de elaborar uma pauta de votações de consenso.
Segundo os governistas, é preciso ver se as medidas vão ter efeito ou serão apenas um balão de ensaio do Planalto para acalmar a insatisfação.
Líder do Pros, Givaldo Carimbão (AL), negou que a medida seja uma ameaça ao governo. Ele defendeu a independência do Congresso para discutir temas. "Não é recado ao Planalto. Não é contra Dilma. Tem vários requerimentos na pauta que precisam ser votados. O que tem de matéria trancando a pauta não é brincadeira", disse.
O Planalto aposta que a instabilidade na base aliada deve diminuir e o blocão deve perder fôlego quando a reforma ministerial e os ajustes para as alianças estaduais para as eleições de outubro forem concluídos. Isso porque as bancadas têm pleitos diversificados e podem se chocar muitas vezes.