Depois de se reunir com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, o quarto secretário da Mesa, João Caldas (PL-AL), disse que ele não tem condições de enfrentar um processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Segundo o deputado, Severino está muito abatido, mas insiste que não se afasta da presidência da Câmara de jeito algum e pediu 72 horas para anunciar sua decisão.

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A situação de Severino se complicou nesta quarta-feira, com a apresentação de um cheque - descontado por uma funcionária de seu gabinete - que teria sido usado para pagar parte de propina exigida ao empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurante Fiorella, que funciona na Câmara. A propina teria sido paga quando Severino era primeiro-secretário da Casa.

Ainda de acordo com João Caldas, há uma pressão muito grande, inclusive da própria família de Severino, para que ele renuncie.

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- Juridicamente ele pode enfrentar o problema, mas politicamente não se sabe. Sua situação política é insustentável e ele está abatido - afirmou Caldas.

Segundo João Caldas, é praticamente impossível que Severino consiga justificar o recebimento do cheque do empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurante Fiorella. Ainda segundo o deputado, o presidente da Câmara explicou que o cheque apresentado por Sebastião Buani na verdade foi dinheiro para pagar despesas de campanha de um filho de Severino, morto em 2002, e que os R$ 690 escritos no verso do cheque seriam referentes a juros do empréstimo.

- Nem que Jesus baixasse conseguiria justificar esse cheque. Ele não tem condições de enfrentar o processo mas não tem condições nenhuma. Ele está muito mal. Ele acha que tem estrutura mas não dá - afirmou João Caldas.

Os líderes da base aliada aconselharam Severino a renunciar à presidência da Câmara, em vez de pedir afastamento. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que Severino resiste em renunciar ao comando da Casa, mas tomou a iniciativa de dizer que "está pronto para fazer o melhor para o Brasil".

Em caso de renúncia, será realizada nova eleição num prazo de cinco sessões, mas se Severino se afastar, o vice-presidente José Thomaz Nonô (PFL-AL) assume o cargo enquanto durar o afastamento, hipótese que não é aceita pelo governo.

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- Severino está pensando em uma atitude que não fira a honra dele, mas que seja o melhor para o país. Houve uma mudança de quadro e é evidente que houve aquecimento da temperatura política. A situação dele piorou, mas quanto a ser insustentável, aí cada cidadão tem o direito de se defender. A base continua com a instituição pois temos que ter capacidade de agir de acordo com os interesses do povo.