O governador Sérgio Cabral comentou, nesta manhã, o encontro de líderes comunitários com o comando da Polícia Militar para a redução dos confrontos em comunidades e disse que a orientação passada à secretaria de Segurança não se altera. Cabral fez a afirmação durante a inauguração do projeto AfroReggae Digital, em Parada de Lucas, Zona Norte do Rio. O governador chegou ao local junto com a primeira-dama, Adriana Ancelmo, o comandante da PM, Ubiratan Ângelo, vários secretários e forte esquema policial. Segundo ele, os confrontos são necessários quando criminosos enfrentarem a polícia.
- Nós não vamos tolerar a criminalidade. Não tem acordo com a criminlidade. Nós vamos mostrar à comunidade que estamos investindo na comunidade e tratando com o respeito que ela merece ter - disse o governador, que continua - O confronto é necessário na Avenida Ataulfo de Paiva, na Visconde de Pirajá, em Copacabana, ou aqui e em qualquer lugar onde os criminosos enfrentarem a polícia - afirmou.
Cabral afirmou também que o governo vai buscar trabalhos de parceria que aproximem as comunidades dos policiais:
- O AfroReggae, por exemplo, tem um trabalho em dois batalhões em Minas Gerais, que vamos trazer para cá. Vamos implantar, ainda este ano, o programa em que o AfroReggae faz a interseção entre a comunidade e os policiais, humanizando essa relação, que tem que ser cada vez mais de parceria. O que eu vi na Colômbia foi o povo aplaudindo e valorizando a polícia. Quero que a minha polícia seja reconhecida e homenageada pela população.
Já o secretário se segurança, José Mariano Beltrame, reafirmou que a polícia está investindo em inteligência, para fazer operações pontuais.
- Estamos procurando cada vez que tivermos que fazer incursões nesses locais, agir com inteligência, ou seja, saber onde nós vamos e o que estamos buscando e procurando. Isso para tornar a ação o menos traumática possível.
O prefeito Cesar Maia já havia feito críticas na segunda-feira ao pedido dos líderes comunitários. Segundo ele, a ação do tráfico se combate com forte repressão da polícia e a iniciativa do movimento de evitar incursões prejudica o trabalho de combate à violência:
- O Viva Rio tem feito isso através dos anos e o resultado só piora a situação. O Viva Rio é uma das coisas mais perniciosas que aconteceram no Rio em matéria de segurança pública. Tenho certeza de que seus integrantes são pessoas qualificadas, de bem, mas completamente equivocadas. O que eles propõem sempre fortalece o tráfico de drogas e não a paz, a ordem - afirmou o prefeito.
Líderes comunitários na Alerj
Os líderes comunitários de 30 favelas que estão articulando o cessar-fogo foram recebidos, nesta terça-feira, na Alerj, pelos presidentes das comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, deputado Alessandro Molon, e de Segurança Pública, deputado Wagner Montes. Eles entregaram aos parlamentares o manifesto do movimento que pede um novo modelo de policiamento nas comunidades.
Doação para centro de internet
O governo doou links de internet em banda larga e ferramentas de software para o Centro de Internet Comunitária que funciona na comunidade. Cabral esteve acompanhado da cúpula da segurança do Rio e diversos secretários. Durante o evento, o comandante-geral da PM, Ubiratan Ângelo, tocou berimbau com o grupo Abadá, que oferece aulas de capoeira no Centro. Cabral tocou tamborim com integrantes do AfroReggae e dançou com a primeira-dama Adriana Ancelmo.
À tarde, o governador visitou obras de dragagem em um canal afluente ao Rio Pavuna, em Vigário Geral.
- Professores, pedagogos e diretores se reúnem para discutir violência nas escolas
- Idosa é atingida por bala perdida dentro de hospital
- Inquérito militar vai investigar possível agressão de PMs contra jovem em Apucarana
- Pai de professor morto pede investigação sobre casos de bala perdida
- Velas pedem paz para o Rio na Cinelândia
Deixe sua opinião