Atualizado em 01/01/2007 às 20h05
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em seu discurso de posse no plenário da Assembléia Legislativa (Alerj), nesta segunda-feira, usou palavras fortes para prometer combate vigoroso à violência no estado. E pediu um minuto de silêncio "em homenagem a vítimas que foram de maneira vil atacadas por esses facínoras", referência aos mortos na quinta-feira do terror, quando criminosos incendiaram ônibus e atacaram a tiros alvos policiais e civis. A agenda de compromissos de Cabral para terça-feira, primeiro dia após a posse, dá ênfase à segurança pública . Na Alerj o novo governador fez um discurso de improviso de aproximadamente dez minutos:
- Nosso governo não vai se intimidar. Os facínoras e covardes terão a resposta de um governo sério, que defende a ordem - afirmou.
Decretada situação de emergência na saúde
Cabral assinou decretos com suas primeiras medidas administrativas. Entre elas a decretação de situação de emergência na saúde por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado. Durante esse período, a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil poderá realizar contratações, de forma emergencial, de serviços, equipamentos, medicamentos e insumos. Para suprir as necessidades das unidades de saúde, o órgão poderá ainda contratar pessoal por tempo determinado (temporários).
- Ainda que a situação requeira medidas excepcionais, elas serão disciplinadas e estarão sob controle - explicou o secretário de estado de Fazenda, Joaquim Levy.
Segundo o decreto, um dos 14 publicados nesta segunda-feira, os contratos firmados durante a situação de emergência serão previamente submetidos à Comissão de Programação Orçamentária e Financeira (Copof), criada também nesta segunda e composta por subsecretários de diversas áreas.
Outra medida determina corte de no mínimo 30% dos cargos comissionados em todas as secretarias.
Assim que tomou posse, o primeiro ato do governador foi a realização de um culto ecumênico no Palácio Guanabara. Representantes de diversas religiões compareceram.
Foi no Palácio Guanabara que Cabral recebeu o cargo da antecessora, Rosinha Garotinho. Na cerimônia, que durou pouco mais de 30 minutos, o novo governador agradeceu a todos e disse a Rosinha que vai trabalhar pelo povo. Cabral deu posse aos novos secretários e viajou a Brasília, para assistir à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a transmissão de cargo no Palácio Guanabara, Rosinha foi embora com o marido, o também ex-governador Anthony Garotinho. Os dois devem passar 15 dias descansando em Angra dos Reis.
Afinado com o governo federal
No discurso de posse, na Alerj, Cabral pediu apoio da Casa, da qual já foi presidente. E prometeu governar em parceria com os municípios. Ele voltou a lembrar a boa relação que tem com o governo federal. E disse que fará um governo sem ódio e sem rancor, mas com parceria.
- É mais um compromisso que assumo neste dia especial: o de governar sem ódio, sem rancor, governar incluindo, participando, governar com parcerias - afirmou.
Durante a cerimônia de posse, um pequeno grupo de manifestantes ocupou a escadaria da Alerj com faixas. Servidores concursados da secretaria de Administração Penitenciária aprovados no concurso de 2003 pedem para serem convocados. Um outro grupo, formado por simpatizantes do governador, exibia faixas com dizeres como "Cabral descobriu o Rio", "Paz é preciso" e "Futuro presidente".
O governador e o vice, Luiz Fernando Pezão, seguiram para o Palácio Guanabara, local da transmissão de cargos. A cerimônia na Alerj atrasou meia hora. Cabral chegou à sede do Poder Legislativo acompanhado da mulher, Adriana Ancelmo, e dos filhos.
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