As conversas entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a definição do novo relator da Lava Jato na Corte tiveram início nesta segunda-feira (23). A presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia, conversou os colegas para consultar sobre o assunto. Ela precisará decidir quem vai herdar a investigação, que ficava a cargo do ministro Teori Zavascki, morto na semana passada em um acidente de avião. O presidente Michel Temer (PMDB) já informou que só anunciará o nome do novo ministro que irá compor a Corte após a definição do Supremo sobre o novo relator da Operação Lava Jato na Corte.
Além das conversas com os colegas de tribunal, Cármen se reuniu com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Oficialmente, ele foi “prestar condolências” à presidente da Corte. Nos bastidores, Janot tem revelado preocupação com o futuro da Lava Jato e principalmente com a homologação das delações da Odebrecht, que se encontram em compasso de espera.
Indicação de Temer ao STF vira ameaça à estabilidade do governo
Leia a matéria completaCármen avalia a possibilidade de autorizar que a equipe de juízes auxiliares que recebeu delegação de Teori para trabalhar nas delações durante o recesso continue esse processo durante a próxima semana. Estavam previstas para essa semana audiências dos juízes com os 77 delatores da empreiteira, para confirmar se os acordos com o Ministério Público foram fechados de forma espontânea.
A expectativa é de que Cármen tome decisões sobre o assunto - tanto sobre a continuidade das audiências no caso da delação da Odebrecht como sobre o futuro da Lava Jato - nos próximos dias. Ela conversou com os ministros sobre as possibilidades e ouviu a opinião dos colegas.
Ministros ouvidos pela reportagem reservadamente mostram opiniões distintas sobre o assunto. Há parte que defende que o novo relator da Lava Jato deve ser definido em um sorteio entre todos os integrantes da Corte. Há ainda uma corrente que entende que o sorteio deve ser restrito à Segunda Turma do Tribunal, da qual Teori fazia parte. Outros ministros avaliam que o regimento da Corte indica que o revisor do caso é que deve assumir as ações. Neste caso, o revisor da Lava Jato na Segunda Turma é Celso de Mello. Já no plenário é o ministro Luís Roberto Barroso.
Além de receber Janot e telefonar aos ministros, Cármen passou boa parte da tarde no gabinete do ministro Teori e conversou com os assessores dele, incluindo o juiz-auxiliar Márcio Schiefler.
Ainda não é certo se Cármen Lúcia comparecerá à missa de sétimo dia de Teori Zavascki, que será realizada nesta quarta-feira (25) em Porto Alegre (RS), a pedido da família do ministro. A ministra decidiu dispensar a tradicional sessão solene de abertura de trabalhos do Judiciário no ano, que ocorre no dia 1º de fevereiro. Em razão da morte de Teori, haverá apenas a realização de homenagens na primeira sessão plenária de 2017.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Câmara vai votar “pacote” de projetos na área da segurança pública; saiba quais são
Deixe sua opinião