Um casal de amigos do grupo denominado “intervencionistas” – que pede a volta da ditadura militar – denunciou ter sido agredido por um militante do Partido dos Trabalhadores (PT) na madrugada da última terça-feira (3) em Curitiba. O caso ocorreu em um posto de gasolina próximo ao prédio da Justiça Federal, onde, na frente, movimentos a favor da Lava Jato acampam desde o fim de março. Apontado como agressor, o publicitário Edson Rimonatto nega ter iniciado a briga e, por meio de seu advogado, declarou que se envolveu na confusão para se defender.
De acordo com uma das pessoas que se disse agredida, a advogada Paula Milani, ela e um amigo saíam da loja de conveniência do posto de combustíveis, onde permaneceram por um tempo conversando sobre política, quando foram perseguidos por Rimonatto, que gritava “não vai ter golpe” e chamava a dupla de “fascistas”. Paula disse que, logo em seguida, o publicitário saiu do posto e voltou depois com uma chave de roda.
Boletim de Ocorrência
“Ele atingiu a cabeça do meu amigo três vezes e a minha também, porque eu fui tentar separar. Depois, veio um pessoal que estava ali perto para tentar também separar a briga. Eles chamaram o Siate porque nós nos machucamos bastante”, relatou Paula, que nesta quarta-feira (4) registrou Boletim de Ocorrência em um distrito policial da capital.
O B.O. feito pela Polícia Militar, chamada para atender a ocorrência, acrescenta que, além de Paula e o amigo dela, outros dois rapazes também tomaram parte na confusão. Por isso, ao todo, foram cinco envolvidos. Todos os nomes estão registrados no documento.
O boletim descreve que, no posto, foi constatada “situação de rixa entre as partes envolvidas” e que alguns dos presentes apresentavam lesões e escoriações na face, “em razão de divergências partidárias”. Os policiais relataram ainda que um veículo – posteriormente confirmado como o carro de Rimonatto – teve os pneus rasgados. Nenhuma das partes quis acompanhar a polícia até à delegacia.
Xingamentos
O advogado do publicitário, João Guilherme Walski de Almeida, negou a versão repassada pelos integrantes do grupo intervencionista. Segundo ele, por usar barba grande, Rimonatto virou alvo de xingamentos dentro da loja do posto de combustíveis, sendo tachado como “corrupto”. Depois de deixar a esposa em casa em voltar para o posto, o publicitário teria então sido agredido por parte das pessoas que tinham deixado o acampamento em frente à PF e ainda estavam ali.
“A hora que ele retornou as pessoas já vieram para cima dele. E ele se defendeu. Ainda depois de a briga começar, vieram outras pessoas, ele levou vários chutes e foi arranhado. Tinha cinco ou seis pessoas batendo nele no local, e os frentistas vieram separar”, relatou o advogado. Nesta quarta, o publicitário fez exame de lesão corporal no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba.
O advogado afirmou ainda que a briga não teve motivação partidária e que em momento algum seu cliente se identificou como sendo de algum partido específico. “Ele nunca teve intenção de ser intransigente ou autoritário para não aceitar divergências políticas”, finalizou.
Investigação
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil disse que o 4° Distrito Policial está investigando o caso. O primeiro passo é pegar as imagens das câmeras de segurança do local. Procurado, o gerente do estabelecimento onde ocorreu a briga disse não ter detalhes da situação e falou ainda que sempre orienta seus funcionários a não se envolverem em problemas de terceiros.
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