O caseiro Francenildo dos Santos Costa, que presta esclarecimentos nesta terça-feira na Corregedoria do Senado, explicou os motivos que o levaram a procurar o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) para testemunhar sobre as idas do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, à casa do Lago Sul, em Brasília, alugada pela chamada "República de Ribeirão Preto". Francenildo disse que após ver seu nome nos jornais, envolvido com o caso, ficou com receio de ser intimado a depor. Então, procurou um amigo - o corretor que tinha alugado a casa. Este entrou em contato com uma terceira pessoa, um suposto amigo chamado Enéas, que o levou ao gabinete do senador.

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- Pedi ajuda ao senador, embora eu não o conhecesse. A princípio ele não confiou em mim. Tentou falar com vários jornalistas e terminou chamando a repórter Rosa Costa (do Estado de S. Paulo), que me entrevistou - contou Francenildo.

Já o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) relatou que quando recebeu Francenildo em seu gabinete estava com viagem marcada. Ele colocou o caseiro em contato com a jornalista por não dispor de tempo suficiente para checar a história.

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- Lembro que o aconselhei a falar somente a verdade e que não procurasse aumentar a verdade - afirmou Antero.

Durante o depoimento, o advogado Wlício Chaveiro Nascimento, que acompanha Francenildo, afirmou que "é imaginação" pensar que houve qualquer tipo de conspiração para que seu cliente fizesse acusações a Palocci.

- Se houve conspiração, foi divina - disse ele.

A Corregedoria do Senado quer descobrir quem é o Enéas, suposto amigo do corretor da casa do Lago Sul utilizada pela chamada "República de Ribeirão Preto". O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) protestou. Para ele, encontrar Enéas teria importância somente se fosse para homenageá-lo. Na avaliação do parlamentar amazonense, o importante é saber quem deu a ordem para que o sigilo bancário de Francenildo fosse quebrado.

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