O celular do advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi indicado pelo caseiro do sítio Santa Bárbara (SP), frequentado pelo petista, como contato do dono ou responsável pela propriedade.
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. O número de telefone do advogado Cristiano Zanin Martins foi entregue à Polícia Militar Ambiental de São Paulo durante uma fiscalização. O caseiro Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, acompanhou autoridades que visitaram o sítio.
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Leia a matéria completaDe acordo com o jornal, policiais inspecionaram o lago e a área do sítio em que foi construída uma edificação anexa com quatro suítes no final de 2010 e início de 2015. Suspeita-se que o anexo tenha sido construído em cima de um córrego que passa pelo sítio, o que seria proibido pela legislação ambiental. É necessário que áreas de curso d’água não tenham construção em uma faixa de 30 metros da margem.
Segundo a reportagem, Zanin Martins disse não saber por que motivo o seu número foi fornecido à equipe de fiscalização. Defensor de Lula nas investigações sobre o sítio e o triplex no Guarujá (SP), ele diz não advogar pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que são oficialmente os donos do sítio.
A polícia irá requerer os documentos referentes a licenças ambientais para intervenções em área de preservação permanente.
Dono
Suspeita-se que Lula seja o real dono da propriedade rural, que tem 173 mil m² (o equivalente a 24 campos de futebol). Fernando Bittar é filho de Jacó Bittar, amigo que fundou o PT com Lula. Ele e Suassuna são sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente.
De acordo com comerciantes locais, a mulher de Lula, Marisa Letícia, frequenta o sítio semanalmente. Além disso, ela já comprou um barco e mandou entregá-lo em na propriedade rural.
De outubro de 2010 a 15 de janeiro de 2011, o local passou por reformas que, segundo a fornecedora de materiais de construção, foram pagas pela empreiteira Odebrecht, investigada na Lava Jato. A empresa nega.
Como Lula ainda era presidente da República no final de 2010, uma reforma paga por empresas que tinham contratos com o poder público pode configurar improbidade administrativa.