O cenário eleitoral praticamente definido em Curitiba mostra dois núcleos distintos: dois protagonistas com experiência em disputas majoritárias – Gustavo Fruet (PDT) e Rafael Greca (PMN) – e pelo menos sete coadjuvantes com atuação restrita ao Legislativo. Alguns deles, com potencial para serem as novas lideranças políticas do Paraná na próxima década.
Na quinta-feira (4) à noite, foi confirmada a candidatura à reeleição de Fruet e da candidatura de Maria Victoria (PP), deputada estadual em primeiro mandato e filha da vice-governador Cida Borghetti e do ministro da Saúde, Ricardo Barros, deputado federal pelo Paraná desde 1995.
Também estão confirmados na disputa Requião Filho (PMDB), Tadeu Veneri (PT), Ney Leprevost (PSD), Xênia Mello (PSol), Ademar Pereira (Pros) e Afonso Rangel (PRP). Ainda há indefinição sobre a possível candidatura do deputado federal Fernando Francischini (SD).
O número de candidaturas é o mais alto desde 2004, quando havia 12 postulantes. Nas duas eleições seguintes, em 2008 e 2012, o número de candidatos chegou a oito. Para o cientista político Luiz Domingos Costa, a disputa atual marca um momento de descontentamento com a política tradicional e a tentativa de grupos tradicionais lançarem novos nomes.
“Fazia tempo que não havia uma eleição assim. Em 2002, por exemplo, na disputa pelo governo do estado, Beto Richa era candidato, mas sem chances. Mas foi importante para construir o nome para os anos seguintes”, observa. Dois anos depois, Richa foi eleito prefeito de Curitiba. Situação semelhante pode ocorrer agora, avalia Domingos, professor na PUCPR. “Há nomes novos, mas que pertencem a famílias tradicionais, com rede de apoio e dinheiro”, diz, a respeito principalmente de Requião Filho e Maria Victoria.
Ambos estão no primeiro mandato como deputados estaduais, no primeiro cargo público dos dois. Veneri e Leprevost, também parlamentares, são mais experientes, atuando na Assembleia Legislativa desde 2002 e 2006, respectivamente, depois de passagens pela Câmara de Curitiba. Xênia é militante feminista; Afonso Rangel, pró-reitor da Universidade Tuiuti; e Ademar Pereira, empresário.
Protagonistas
Na linha de frente devem figurar Fruet e Greca. O prefeito, que busca a reeleição, tem o bônus de controlar a máquina pública atualmente, mas tem o ônus de enfrentar críticas à gestão. Domingos avalia que o quadro para o pedetista é incerto, já que toda a classe política está sendo questionada neste período.
Greca, por sua vez, foi prefeito de Curitiba entre 1993 e 1997, e pode usar isso como trunfo. “Ao mesmo tempo, pode ser prejudicial, a depender de como ele se apresentará. O eleitor mais jovem não está interessado em como foi a cidade nos anos 90, quer saber como ela será em 2020”, observa.
Em 2012, Greca também disputou a eleição, quando ainda estava no PMDB. No primeiro turno, ficou em quarto lugar, com 101,8 mil votos, quando Fruet, em segundo, conquistou 265,4 mil votos.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”