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Justiça mantém bloqueio de contas e aplicações de investigados na Lava Jato

A Justiça Federal determinou que sejam mantidos os bloqueios nas contas dos investigados na Operação Lava Jato e também das suas aplicações financeiras. Em ofícios enviados aos bancos nesta segunda-feira (19), a juíza substituta Gabriela Hardt determina que as aplicações financeiras devem permanecer bloqueadas nos bancos onde estão e, quando chegar o prazo de resgate, devem ser depositadas em uma conta da Justiça. Entre as modalidades de investimento bloqueadas, há exemplos com prazo até 2026.

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Preso desde o desembarque no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro na última quarta-feira, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não pretende recorrer à delação premiada. A prisão do ex-diretor ocorreu após ele retornar de viagem de Londres. Na avaliação da defesa do ex-diretor da área internacional da estatal, não há motivo para que ele faça um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal responsáveis pela condução das investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

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"Não acredito que o Nestor possa fazer uma delação. Os fatos da Lava Jato são pós 2008 e o Nestor Cerveró saiu em março de 2008 da Petrobras. Quem estava na área internacional de 2008 até agora não era ele. Então, não vejo como o Nestor possa contribuir com relação a esse período. Quem deveria ser ouvido são os sucessores dele", afirmou Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor, nesta segunda-feira, 19.

Segundo o defensor, embora não tenha previsão de um acordo formal de delação, Cerveró tem contribuído com as investigações. Na semana passada, o ex-diretor prestou depoimento na sede da PF em Curitiba, onde se encontra preso atualmente. Na ocasião, os agentes não teriam questionado sobre a compra da refinaria de Pasadena, Texas (EUA), realizada em 2006 pela Petrobras.

"Ele já fez depoimento parece que hoje de manhã, vai ter outro e depois um específico para falar de Pasadena. Neste caso, será feito a pedido dele. Ele quer falar sobre Pasadena. Ele desde o início se colocou à disposição para falar", afirmou Edson Ribeiro. "O engraçado é que nem Ministério Público nem a Polícia Federal quiseram ouvi-lo até agora, só depois da prisão. Mesmo assim, ele foi ouvido na semana passada sem nenhuma pergunta sobre Pasadena. Então, ele questionou e disse que quer falar sobre Pasadena também", acrescentou.

O advogado também ressaltou que até essa terça-feira (20) irá apresentar um novo pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um primeiro pedido foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na última sexta-feira, 16. Ribeiro alega que não há fundamento para manter seu cliente detido.

O Ministério Público Federal do Paraná justificou o pedido de prisão do ex-diretor da área Internacional dizendo que "há fortes indícios de que ele continua a praticar crimes". Cerveró teve prisão preventiva decretada após movimentação financeira suspeita. "Gerou desconfiança de que ele se preparava para fugir e a movimentação imobiliária aliada a isso também gerou essa suspeita. Acho que isso totalmente errado tendo em vista que, se ele quisesse fugir, não voltaria para o Brasil. Não há por que mantê-lo na prisão", afirmou o advogado.

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