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Fernando Baiano, preso na Polícia Federal em Curitiba, teria atuado na diretoria ligada à Graça Foster | AgB/Geraldo Bubniak
Fernando Baiano, preso na Polícia Federal em Curitiba, teria atuado na diretoria ligada à Graça Foster| Foto: AgB/Geraldo Bubniak

Ministro de Minas e Energia diz que não existem provas contra Graça Foster na Lava Jato

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu nesta quinta-feira (15) a presidente da Petrobras, Graça Foster, e membros da atual diretoria, isentou-os de envolvimento com os escândalos de corrupção envolvendo a estatal e disse estar "otimista" com os rumos da empresa. Para o ministro, a companhia enfrenta uma "convergência de fatores negativos" e seu maior problema é que as empresas contratadas para fazer parte de seus investimentos estão "enroladas" na Operação Lava Jato. "Até hoje, não há uma prova sequer contra Graça Foster. Até hoje, não há uma prova sequer contra esses diretores que aí estão", disse.

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Obras apreendidas na Lava Jato são expostas no MON

As 15 obras de arte apreendidas com a doleira Nelma Kodama durante a deflagração da Operação Lava Jato, em março do ano passado, entram em exposição no Museu Oscar Niemeyer (MON) neste sábado (17), junto com outras 55 telas. A exposição "Acervo MON – Aquisições 2013/2014" mostrará as obras incorporadas ao acervo do museu nestes últimos dois anos e será inaugurada às 10 horas.

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Justiça autoriza internação de executivo citado na Lava Jato

A Justiça Federal autorizou, nesta quinta-feira (15) a internação do vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba acusado de participar do esquema de corrupção na Petrobras, por tempo indeterminado. O executivo foi levado ao hospital na tarde de quarta-feira (14) com uma crise de cálculo renal.

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Cerveró depõe e nega irregularidades em transferência de recursos

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró depôs durante mais de três horas na manhã e início da tarde desta quinta-feira na sede da Polícia Federal em Curitiba. Preso na madrugada de quarta-feira, ao voltar de uma viagem a Londres, Cerveró respondeu a todas as perguntas dos investigadores, de acordo com o advogado de defesa Beno Brandão.

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O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, depoimento à Polícia Federal na manhã dessa quinta-feira (15), que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, atuou como representante de empresas interessadas em contratos da diretoria de Gás e Energia da Petrobras. A pasta foi comandada pela atual presidente da estatal, Graça Foster, entre 2007 e 2012, e antes dela por Ildo Sauer, entre 2003 e 2007. Ambos foram indicados pelo PT. No depoimento, Cerveró não entra no mérito de que Baiano teria cometido atos de corrupção nas diretorias citadas. O lobista também teria atuado na diretoria de Abastecimento, que era gerida pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa.

A afirmação de Cerveró é um indício de que o esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato teria ocorrido na pasta comandada por Graça. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), porém, ainda não chegaram a provas conclusivas sobre os desvios na pasta como as que já foram reunidas da diretoria de Abastecimento, por exemplo.

No depoimento, Cerveró diz que conheceu Baiano por volta de 2000, quando o lobista representava empresas espanholas do ramo de energia térmica. Segundo o ex-diretor, Baiano continuou frequentando a estatal mesmo depois de fechar um acordo de assistência com uma das empresas representadas por ele, a Union Fenosa.

Sem especificar datas, Cerveró disse que Baiano permaneceu na estatal a partir de então "representando outras empresas, tendo se dirigido a outras diretorias, como a diretoria de Abastecimento e Gás e Energia". O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, acrescentou à fala do cliente que Baiano frequentava as diretorias para tentar fechar negócios.

Segundo as investigações, Baiano seria um dos operadores do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro investigado na Lava Jato. Ele seria ligado a políticos do PMDB.

Cerveró citou nominalmente Graça Foster apenas uma vez em seu depoimento. Ao ser perguntado sobre as "declarações da imprensa" envolvendo Graça, Cerveró respondeu que "a atual presidente da Petrobras realizou operações semelhantes, transferindo imóveis aos filhos dela". Um dos motivos para a prisão de Cerveró foi a tentativa de passar apartamentos para o nome de parentes com valor abaixo do mercado. Segundo ele, seria uma antecipação de herança. Para a PF, seria uma tentativa de blindar patrimônio.

Mesma cela

Cerveró e Baiano estão presos na mesma cela da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. O lobista foi detido em novembro de 2014, na deflagração da sétima fase da Lava Jato.

Segundo o MPF, os dois teriam recebido US$ 40 milhões em propina para que a Petrobras contratasse navios-sonda da Samsung em 2006 e 2007. O ex-diretor negou ter recebido recursos, mas alegou acreditar que Baiano "recebesse algum tipo de comissão".

Ainda segundo a denúncia do MPF, parte da propina, de US$ 3,1 milhões, teria sido lavada e remetida ao exterior de forma ilegal pelo doleiro Alberto Youssef. No depoimento, Cerveró afirma que viu Youssef pela primeira vez na carceragem da PF.

Apartamento

Cerveró confirmou que o apartamento de R$ 7,5 milhões no qual viveu com a família entre 2010 e 2014 pertence a uma empresa estrangeira, identificada como "Jomey". Ele reconheceu também que pagava aluguel com valor abaixo do de mercado, de cerca de R$ 8 mil por mês, mas afirma que isso se deu por "benfeitorias que realizou no imóvel e foram objeto de abatimento".

Em setembro, a revista "Veja" publicou que o imóvel, localizado em bairro de alto padrão do Rio, pertenceria a uma offshore uruguaia. Offshores são empresas abertas fora dos países de origem dos proprietários, em geral para fugir da tributação. A defesa de Cerveró diz que a transação foi feita por meio de uma imobiliária e de maneira regular.

O advogado de Fernando Baiano, Mário de Oliveira Filho, não foi localizado. Em outras ocasiões, ele negou irregularidades. A Petrobras não respondeu à reportagem até às 21h desta quinta-feira. Uma nota divulgada pela companhia na noite dessa quinta (15) afirma que para a Petrobras a manifestação do Ministério Público Federal (MPF), que resultou na prisão preventiva do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, não afirmou, em momento algum, que os atuais diretores receberam propina. "Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró são ex-diretores da companhia e não diretores. A companhia tem sido reconhecida como vítima pelo Poder Judiciário e reitera que manterá seu empenho em continuar colaborando efetivamente com as autoridades para a elucidação dos fatos", acrescenta.

Lava Jato vira tema de pagode em CuritibaO cantor Marcos Moura, de 58 anos, roubou a cena na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na manhã desta quinta-feira (15) durante o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Enquanto os jornalistas aguardavam a saída do advogado do ex-diretor, Moura expressou sua opinião sobre a Operação Lava Jato com uma música que compôs sobre o caso.

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Pagode da Lava Jato

Assista à apresentação do cantor Marcos Moura, de 58 anos, na manhã desta quinta-feira (15), na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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