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Pode ser uma coincidência, daquelas propiciadas por agendas fechadas com meses de antecedência, a presença do presidente venezuelano Hugo Chávez em Brasília justo no momento em que o ciclone em que transformou a política brasileira desloca-se para a Granja do Torto. Mesmo assim é estranho, e um sinal que pode ser mal interpretado por observadores internos e externos. Afinal, o discurso de Lula aproximou-se do amigo Chávez na semana passada, quando o brasileiro disse que seus adversários vão ter de engolí-lo.

Dificilmente o presidente Lula poderia ter um convidado mais inoportuno em um momento como esse. Chávez tentou tomar o poder em um golpe e acabou eleito seis anos depois e lidera o país com pouco ou nenhum apoio de empresários e profissionais liberais - as elites a quem Lula tem se dedicado a atacar recentemente.

Melhor seria buscar inspiração não em Chávez, o presidente, mas em Chaves, o personagem. E confessar seus erros sem discursos evasivos como o desta sexta-feira. Melhor admitir logo: "Foi sem querer querendo..."

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