Depois de costurar o apoio do PDT, PROS e PC do B, a bancada do PT na Câmara deve oficializar nesta quarta-feira (17) a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a disputa pela presidência da Casa. O bloco dos partidos foi acertado durante um almoço nesta quarta que reuniu líderes das siglas. A nova ofensiva do grupo será atrair o PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, cotado para o Ministério das Cidades.
Nos bastidores, petistas apontam que o lançamento da candidatura é uma reação dos partidos por não terem sido procurados oficialmente pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), favorito na disputa. O peemedebista teria demonstrado resistência a um entendimento com o PT. Parte da bancada do PT defendia que o partido indicasse o vice de Cunha.
A ideia, que contaria com aval do vice-presidente, Michel Temer, não teria prosperado. Segundo relatos, no almoço, Chinaglia foi cobrado pelo PDT e pelo PROS a se colocar oficialmente na disputa, o que ajudaria a abrir conversas em busca de apoio. A aposta do bloco é em eventuais traições de partidos que fecharem com o peemedebista. Mesmo com a nova posição, petistas não descartam a retirada da candidatura de Chinaglia.
A bancada do PT trabalha para que o Planalto atue na candidatura, negociando apoio em troca da composição do novo ministério e também de indicações para o segundo escalão. Ministros teriam indicado que o governo, que tem resistências a Cunha, pode agir lateralmente. Com a composição, o bloco do PT terá no ano que vem 138 deputados. Chinaglia também deve procurar PHS e PEN, além partidos da oposição, como PSDB.
A eleição do novo comando da Câmara está marcada para 1º de fevereiro. Em outra frente, o PSB, PV, Solidariedade e PPS também formalizaram um bloco nesta terça, com 67 deputados, tornando a segunda maior bancada da Casa. Os partidos também querem se posicionar para a disputa pela presidência. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) tenta se viabilizar, mas setores do bloco, como o Solidariedade, defendem apoio a Cunha. A expectativa é de que o grupo adie uma decisão sobre a postura na eleição.
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