Da Constituição Estadual de 1989 consta o dispositivo que concede representação vitalícia vulgo aposentadoria para ex-governadores do estado. O artigo é evidentemente inconstitucional, pois não há esta previsão na Constituição Federal. Entretanto, quem tem de declarar a inconstitucionalidade é o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não o fez. Mas pode fazê-lo a qualquer momento, pois já tem em mãos uma ação neste sentido proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Enquanto, no entanto, não for retirada a carta estadual, o artigo existe, está em vigor. Sendo assim, por maior que seja a pressão da opinião pública, o dispositivo não pode ser contrariado por um decreto do governador, que jurou cumprir a Constituição do estado.
Esta é mais uma das razões apontadas por dois advogados de Curitiba para afirmar ser ilegal a decisão de Beto Richa de cancelar as aposentadorias de quatro governadores que exerceram mandatos após 1988. Segundo um dos advogados já até contratado por um dos atingidos pela medida diz que Richa deveria, antes, propor à Assembleia a revogação do artigo que instituiu o benefício. E, só então, após a revogação, poderia decretar o cancelamento da aposentadoria. Ainda assim, não sem antes abrir prazo para a defesa.
Apesar do aplauso popular que cerca o ato de Richa que lhe dá dividendos políticos com exceção de Jaime Lerner, os ex-governadores Mário Pereira, Roberto Requião e Orlando Pessuti já anunciaram que vão procurar a Justiça.
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Olho vivo
Absolve?
Pode entrar na pauta da sessão plenária que o Tribunal de Contas faz hoje o julgamento de recurso contra multas impostas ao ex-superintendente do Porto de Paranaguá Eduardo Requião aprovadas na sessão da semana passada. Por unanimidade, o TC aprovou voto do conselheiro Caio Soares que impôs nada menos de uma dezena de multas ao ex-administrador por ter se omitido em corrigir irregularidades constatadas por organismos federais de fiscalização. Alguns dos conselheiros que votaram pela aplicação da multa teriam se convencido do contrário. E podem, hoje, votar a favor da inocência de Eduardo Requião.
No ar 1
Há dúvidas no ar: como o governo estadual justifica o aluguel por três meses de um avião a jato e de um helicóptero ao custo, pelo período, de R$ 2 milhões? Este é o objeto de um pedido de informações de autoria do deputado Tadeu Veneri (PT), aprovado ontem na Assembleia. O aluguel foi contrato junto à empresa Helisul, de Foz do Iguaçu, sem licitação.
No ar 2
A dispensa de licitação, diz o parlamentar, só se justifica em casos de emergência uma calamidade pública, por exemplo , conforme preceitua a Lei 8.666, a Lei das Licitações. Que emergência teria se dado no Paraná a ponto de justificar o emprego de um avião a jato? Veneri diz que o aluguel foi feito dia 11, quando ainda não havia ocorrido a tragédia das enchentes que abalou o litoral do estado. E, ainda que fosse essa a justificativa, seria incompreensível o uso de avião a jato para socorrer a região.
No ar 3
O governo tem 30 dias para responder esses questionamentos, além de ter de comprovar a insuficiência das aeronaves helicópteros, inclusive de que já dispõe em seu patrimônio. O deputado desconfia que "há mais coisas no ar do que aviões de carreira".
PPL 1
Não é por falta de partidos que a política vá tão mal no país. Além das dezenas já existentes, há mais um em gestação. Trata-se do PPL Partido Pátria Livre, que ontem obteve registro estadual no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Agora já são 10 os estados em que o PPL foi registrado, mas, para conseguir registro no TSE e já poder participar das eleições municipais do ano que vem, precisará cumprir mais uma formalidade: conseguir 500 mil assinaturas de adesão até setembro próximo.
PPL 2
Segundo o organizador (e presidente) da legenda no Paraná, Mario Bacellar, o PPL nasceu há dois anos a partir, principalmente, de militantes do antigo MR8 o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, que atuou na luta armada contra o regime militar. Sua principal bandeira é o desenvolvimentismo.
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