A toda ação corresponde uma reação, diria o professor de Física. Pois a toda variação nas pesquisas eleitorais correspondem também mudanças de comportamento dos diretamente envolvidos nelas para o bem ou para o mal. As pesquisas têm anunciado nas últimas semanas variações importantes neste Paraná que se prepara para escolher quem vai para o trono, se Beto Richa ou Osmar Dias. E, então, ao sabor dessas mudanças, interessados, transeuntes e participantes de todos os matizes das campanhas iniciam movimentos de adaptação às novas circunstâncias.
Os exemplos começam a se multiplicar. Vendo, por exemplo, que o candidato Beto Richa está em baixa nas pesquisas e ameaçado de ser alcançado pelo adversário, deputados que antes se mostravam entusiasmados com as possibilidades de participar da caravana vitoriosa do ex-prefeito, já começam a se aproximar do alambrado de Osmar Dias.
É o caso de vários deputados, tanto do PMDB quanto daqueles conhecidos como "tucanos do bico vermelho". O mesmo se dá também com prefeitos, principalmente dos de cidades pequenas, sempre dependentes das boas graças do futuro governador, seja lá quem for. Como o "quem for" parece ser um e não o outro, já são notáveis os casos de alcaides bem dispostos a virar a casaca.
Todos fazem suas projeções. Pegam os números das pesquisas, observam bem e calculam para onde caminham os índices. Se caminham para baixo, é preciso tomar providências para que parem de descer e, se possível, até voltem a subir. Por isso os coordenadores das campanhas sempre atentos às projeções matemáticas determinam mudanças de discurso e de estratégia de acordo com o que os índices prognosticam.
Elogiam-se e adotam-se programas de adversários que antes condenavam. Ataques passam a substituir propostas. Ou, então, se convoca a tropa (militante ou não, com ou sem vontade) em caráter de urgência para tomar as esquinas, as ruas, os terminais, ir de casa em casa para pedir votos. Servidores da prefeitura de Curitiba incluindo os terceirizados por exemplo, estão sendo chamados para cumprir tais tarefas. Afinal, é na capital que os índices se apresentam mais preocupantes.
Acelera-se também a mobilização. Nestas horas, mais do que nunca, é preciso dar demonstrações de força, erquer a cabeça e dissipar a poeira. Foi o que aconteceu ontem, em Santa Felicidade: segundo notícia distribuída pelo comitê de Beto Richa, 8 mil correligionários participaram do almoço num restaurante que, segundo o livro de recordes Guinness, é o segundo maior do mundo por ser capaz de servir 5 mil refeições simultâneas.
A tropa de ocupação se aproxima e a generosidade também aumenta
Do outro lado, daquele que sobe nas pesquisas, a dificuldade é de outro gênero. Ali aparece o que, na terminologia militar, chama-se de "tropa de ocupação". Gente que estava lá atrás, apenas observando de longe e com descrédito as dificuldades da infantaria alistada na "tropa de choque", chega para expulsar os infantes que deram sangue e para assumir os postos mais reluzentes de generais, se possível. Muitos eram "neutros" até então, outros são os mesmos prefeitos, deputados e "amigos" que até há pouco estavam embarcados na caravana que consideravam mais rápida.
Nesse sentido, foi sintomática a reunião do grupo encarregado de formular propostas para uma das áreas do Projeto Paraná a ser implantado num eventual governo Osmar Dias. Até duas semanas atrás, o coordenador do grupo só conseguia fazer reuniões com ele mesmo. Anteontem, havia lá pelo menos 200 prestativas pessoas, mostrando-se como nunca dispostas a "colaborar", a "colocar-se à disposição"...
Na noite da mesma segunda-feira, sem polenta ou linguiçada, nada menos de 5 mil compareceram à "chamada geral" da militância que a campanha de Osmar realizou num barracão da Avenida das Torres. E tome aplausos afinal, as pesquisas indicavam que o candidato estava crescendo. E se estivesse decrescendo?
Se começa a faltar dinheiro de um lado, é possível que comece a sobrar de outro. Ontem à noite, um jantar no Paraná Clube reuniu algumas centenas de pessoas repentinamente muito generosas que se dispuseram a pagar R$ 2 mil para jantar com o candidato Osmar Dias e ajudar nas despesas da sua campanha. Será por quê?
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