Olho vivo

Fim 1

O Hospital São Vicente já decidiu não renovar o convênio com o SAS – o serviço de assistência à saúde dos servidores públicos estaduais. O fim do contrato será em novembro próximo. A direção da Fundação de Estudos das Doenças do Fígado (Funef), mantenedora do hospital, alega que a remuneração que recebe dos cofres públicos é insuficiente para cobrir os custos assistenciais, honorários médicos, materiais, medicamentos e infraestrutura. Segundo a Funef, a remuneração média, por procedimento, foi de R$ 65,00 no período de janeiro de 2010 a março de 2011.

Fim 2

As informações constam de nota de esclarecimento que a instituição encaminhou à coluna a propósito da matéria "SAS: custo dinamarquês, serviço boliviano", publicada na última quinta-feira. A nota da Funef afirma que naquele período de 15 meses o São Vicente realizou 618.945 atendimentos (consultas, exames, internações clínicas e cirúrgicas). Confirma que os usuários do SAS vinculados ao seu hospital são 113 mil (30% do total do estado, e não 40% como dito na coluna), mas não desmente que foram atendidos só 7.038 mil, conforme atestam documentos do SAS. Nesse caso, conclui-se, cada um dos pacientes efetivamente atendidos recebeu 87 procedimentos!

Fim 3

A nota da Funef, assinada pela diretora executiva Edith Pereira Ribeiro, diz ainda que "na condição de prestador de serviço legitimamente contratado, não nos cabe questionar as regras ou bases que norteiam o SAS – tanto na abrangência quanto nas exclusões de cobertura". E revela um dado importante: o SAS não oferece "cobertura aos procedimentos de alta complexidade, como cirurgia cardíaca, hemodiálise e utilização de próteses (ainda que muitos dos beneficiários do SAS necessitem desse tipo de assistência)."

Família

Uma consulta a diários oficiais da Câmara de Curitiba, presidida pelo vereador João Cláudio Derosso, revela a existência de pelo menos outros cinco "derossos" lotados na Casa. Está fora dessa contagem um cunhado, casado com uma das duas irmãs do presidente, funcionárias da Câmara.

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As cartas estão na mesa e o jogo já começa a ser jogado. No domingo, o PMDB elegeu presidente do diretório curitibano o senador Roberto Re­­quião, que foi logo dizendo que seu partido tem candidato a prefeito de Curitiba em 2012. Trata-se do ex-deputado Rafael Greca.

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O PSB e o PSDB ainda não precisaram anunciar oficialmente que também têm candidato – mas todas as evidências (antigas e recentes) mostram que o atual prefeito, Luciano Ducci, tentará a reeleição.

Um terceiro candidato é o ex-deputado Gustavo Fruet, que saiu na semana passada do ninho tucano e procura, agora, outro partido em que pousar e, em seguida, buscar outros que o apoiem.

Pelo PT, dois deputados, Tadeu Veneri e Rosinha, em entrevista conjunta, reafirmaram sua disposição de conseguir a indicação do partido.

Em outro arraial, o deputado federal Ratinho Jr., líder do PSC na Câmara e presidente estadual da legenda, também já se disse candidato a prefeito.

Já são, portanto, quatro os que pretendem chegar ao Palácio 29 de Março participando do pleito do ano que vem. Outros candidatos ainda aparecerão, representando partidos nanicos ora por convicção, ora para prestar serviços a alguns dos candidatos mais viáveis.

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Não significa que esse quadro seja imutável. Há ainda muito tempo para que as melancias se acomodem na carroça em movimento. Por exemplo: embora negue hoje tal intenção, não é improvável que Ratinho Jr. acabe formando dupla com Gustavo Fruet, inscrevendo-se como vice de sua chapa.

Ratinho pode estar com o "gato" na mão. E valoriza essa posição. Se sair candidato a prefeito, esperar repetir o desempenho que teve na última eleição em Curitiba (dos 300 mil votos que conquistou, mais de 100 mil vieram dos bairros pobres da cidade) pode tirar votos de Ducci (melhor nas pesquisas que Gustavo nesses locais) e nada acrescentar a Gustavo, cujos eleitores se concentram nos colégios de classe média e alta.

Da mesma forma, o PT, dividido em alas, tem uma que defende candidatura própria, seja de Rosinha, seja de Veneri. Mas há outra ala – que ocupa gabinetes em Brasília – disposta a um jogo mais arrojado, que promete jogar no limbo do esquecimento o fato de ter tido Gustavo Fruet como adversário na Câmara Federal durante os oito anos do governo Lula. Este arrojo consiste em apoiar Gustavo desde já, de modo a liquidar a fatura no primeiro turno.