Olho vivo
Ajudinha 1
O fato de alguns desembargadores estarem reduzindo seu acervo de processos pendentes de julgamento, se deve principalmente à atuação dos juízes substitutos de segundo grau, que receberam muitos desses processos e estão dando uma enorme força para limpar as prateleiras. São 53 juízes nessas condições. Vários juízes foram solicitados a prestar o favor para alguns dos mais atrasados desembargadores, muito embora eles, os juízes, disponham de estruturas muito menores do que as colocadas à disposição dos seus superiores.
Ajudinha 2
O ranking dos desembargadores com processos que não julgam há mais de cem dias, dentre os quais muitos com poeira de vários anos, mostra situações interessantes. Além daqueles que acumulavam centenas de processos, havia, no mês de maio, outros com apenas algumas dezenas ou menos. Boa parte deles conseguiu se desvencilhar totalmente do atraso. Em maio, eles tinham em mãos 859 ações e chegaram ao mês de setembro sem nenhum fora do prazo.
Alívio
O ex-prefeito Cassio Taniguchi ri à toa lá em Brasília, onde, apesar de ter sido eleito deputado federal pelo Paraná, ocupa uma secretaria do governo do Distrito Federal. É que ontem o Tribunal de Contas aprovou (com algumas poucas ressalvas) suas contas relativas a 2004, as últimas dos seus dois mandatos.
O secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, reza para que até o próximo dia 27 não ocorra nenhuma nova chacina em Curitiba ou alhures. Nesse dia, segundo prometeu, irá à Assembleia Legislativa para falar aos ansiosos deputados e aos cidadãos que precisam saber o quê, afinal, está acontecendo no setor que dirige. Afinal, a partir do momento em que ele assumiu a pasta, os índices de criminalidade só aumentaram e muito.
Até o dia 27 já terá se passado quase um mês do morticínio da Vila Icaraí, no Uberaba oito pessoas executadas por um bando de traficantes que aterrorizava o pobre bairro. E até lá, a comoção de que foi tomada a opinião pública, já terá esmaecido um bom tanto, o que renderá ao secretário a tranquilidade que não teria se a audiência tivesse sido na semana passada.
A distância tão grande entre o principal fato gerador e a audiência foi acertada ontem pela manhã numa reunião convocada pelo presidente da Assembleia, Nelson Justus, e os líderes da situação e oposição deputados Luiz Claúdio Romanelli e Élio Rusch, respectivamente, com a participação telefônica do próprio secretário. Ele comparecerá no Legislativo não por convocação, mas graças a um gentil convite da Casa.
Se o que interessa é que Delazari vá à Assembleia faz alguma diferença entre convite e convocação? Faz. Pela primeira modalidade, é ele quem fixa a data que melhor lhe convém e ainda dita algumas regras. Aliás, nem é obrigado a aceitar o convite. Pela convocação, além da obrigação constitucional de comparecer, teria de se submeter ao constrangedor compromisso de dizer apenas a verdade.
Mas já não havia um requerimento com 31 assinaturas (três a mais do que o necessário) convocando o secretário? Por que não foi colocado em votação e simplesmente fazer o melhor e mais natural isto é, deixar o plenário decidir? Foi o que defendeu ontem o deputado Valdir Rossoni contra a opinião de Nelson Justus e de Élio Rusch.
Rossoni pediu a votação, mas prevaleceu a solução política, conciliatória, gentil, patrocinada por Justus e não a solução técnica, mais democrática e regimental da convocação. E, então, o secretário Delazari estará desobrigado, pelo menos formalmente, de dizer a verdade sobre os porões desconhecidos da segurança pública.
Por seis vezes nos últimos tempos, requerimentos de convocação haviam sido derrubados pela maioria governista comandada por Romanelli. Por isso, não deixa de ser um avanço a prometida presença de Delazari, ainda que simplesmente como convidado, no plenário da Casa e sob os holofotes da TV Sinal.
Agora é esperar que o secretário retribua a gentileza que não teve quando designou os deputados que lhe cobram explicações de abutres e urubus, interessados tão somente em tirar proveito político das vítimas da violência.
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