Zeloso guardador do dinheiro público, o Tribunal de Contas do Paraná vai pagar R$ 257,00 para etiquetar cada um dos móveis que servem aos seus gabinetes – do tipo mesas, cadeiras, pufs, armários... tudo conforme previsto no edital 06/2014. Todos os documentos são públicos e disponíveis no site do Tribunal.

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Segundo o edital, o TC se dispunha a pagar o preço máximo de R$ 2.827.769,56 para implantar sistema informatizado de gestão do patrimônio que, basicamente, consiste em identificar com uma plaquinha de código de barras cada um dos estimados 11 mil objetos que compõem seu mobiliário. O valor total dividido pelo número de objetos resulta que o custo unitário será de R$ 257,00 – preço que lembra aquele ditado: o molho vai ficar mais caro que o peixe.

A empresa que venceu a primeira fase ofertou preço pouco menor do que o previsto no edital, mas foi barrada – com prazo para se defender – em razão de uma inconsistência conceitual. Uma das estranhezas do edital: o TC se dispõe a comprar o software empregado pela empresa vencedora e também o código-fonte do programa, custando ambos mais da metade do valor global da licitação.

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Os incansáveis

Juízes e membros dos ministérios públicos de todo o país se sentiram frustrados, ontem, com a retirada da pauta da CCJ do Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que, se aprovada, acrescentará mais alguns trocados aos seus holerites. A emenda ao artigo 39 da Constituição cria um adicional ao subsídio deles a título de indenização, sobre a qual sequer incidirá imposto de renda – assim como ocorre com o auxílio-moradia recém-implantado no Paraná.

O nome do benefício que se quer criar é VTP – Valorização por Tempo de Serviço (VTP), conforme se lê no boletim da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). Pela emenda, juízes e promotores terão direito a 5% do valor do subsídio a cada cinco anos de exercício da função, até o máximo de sete – ou 35% de aumento para quem estiver no fim da carreira.

• Olho vivo

Fogo baixo

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Imagine se o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), subisse num caminhão de grevistas e, megafone em punho, fizesse discursos de reivindicação dirigidos a presidente Dilma (PT), com quem fez aliança para ganhar a eleição. Foi com base nesta analogia que setores de apoio ao prefeito Gustavo Fruet viram a atuação da vice-prefeita Mirian Gonçalves durante as greves que afetaram serviços municipais nos últimos dias. Nota oficial da prefeitura divulgada ontem, assinada pelo secretário de Governo, Ricardo MacDonald, fez baixar as chamas. A nota desmente "categoricamente a notícia de qualquer mal estar entre o Prefeito e sua Vice. Enfrentamos semana difícil com várias reivindicações de servidores. Mas continuamos todos irmanados em perseguir os melhores resultados para a gestão." Então, tá.

Fogo alto

Se entre o prefeito e a vice não há intrigas a ser vencidas, há uma na Câmara que já mereceu a mão pesada da prefeitura. O vereador-pastor Valdemir Soares (PRB), que antes compunha a bancada de apoio a Fruet embora votasse contra, acaba de perder regalias que desfrutava na prefeitura. A partir de agora é considerado de oposição.

Ser ou não ser...

O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que prometeu propor a instauração de uma CPI para investigar a discriminação do governo federal petista contra o tucano paranaense, não foi visto ontem no plenário da Assembleia. A bancada do PT, pela voz do deputado Tadeu Veneri, anunciou apoio à CPI, ao passo que o líder governista Ademar Traiano tratava de esvaziar a proposta do aliado

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...eis a questão

Enquanto prosseguia, de um lado e de outro, a mesma cantilena em torno das dificuldades do Paraná para conseguir aval da União para os empréstimos que pretende fazer, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) reafirmava, em nota, a impossibilidade legal e técnica de liberar os financiamentos. Mantém a alegação de que o estado "descumpre o limite máximo de despesas com pessoal e o limite mínimo de despesas com saúde".

Telegrama

Enfim, o senador Osmar Dias telegrafou: esteve em reunião com a presidente Dilma, mas manterá em sigilo até o momento adequado a decisão que tomou em relação ao seu futuro político no Paraná.

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