Agora é deixar o barco correr: definidas suas coligações, Beto Richa e Osmar Dias iniciam a corrida que levará um dos dois ao Palácio das Araucárias no dia 3 de outubro – uma eleição que tem tudo para ser decidida já no primeiro turno, já que claramente polarizadas entre duas grandes correntes partidárias. Os dois candidatos, porém, prometem manter a boa-educação e fazer uma campanha de "alto nível", apesar de desde já se prever que a disputa tende a ser apertada.

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Mas não vai demorar muito para que as atenções se voltem também para a eleição dos senadores. Disputam as duas vagas quatro fortes candidatos. Ao lado de Richa, Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP); com Osmar, marcham Gleisi Hoffmann e Roberto Requião – todos com históricos eleitorais brilhantes e com largas chances de vitória.

Mas há um fator que poderá influir no resultado final: assim como existe o requianismo – aquela forte corrente de adeptos que garantiu a Requião três mandatos de governador e um de senador, existem também os antirrequianistas, gente disposta a não votar nele de jeito ne­­nhum. Seus tradicionais cabos eleitorais tendem a escassear: os que ocupavam cargos já foram desalojados por Pessuti; prefeitos e deputados já romperam a dependência; no PMDB já não manda mais, como ele próprio reconheceu.

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Qual dos demais candidatos vai ter maior capacidade de herdar os votos migrantes de Requião? Quem melhor encarnar o antirrequianismo pode se beneficiar e até ganhar uma das vagas. Requião, por outro lado, tem diante de si a missão de evitar que o êxodo seja tão grande a ponto de derrotá-lo.

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Olho vivo

Punhais 1

Enquanto todas as atenções estavam ainda voltadas para a definição das chapas majoritárias na quarta-feira, transcorria nos bastidores uma briga de sangue para definir o número de

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vagas que corresponderia a cada partido na formação das chapas de candidatos a deputados estaduais e federais. Tanto na coligação de Beto Richa quanto na de Osmar Dias, a opção foi pela formação dos chamados "chapões", nelas misturados candidatos de todos os seus respectivos partidos.

Punhais 2

O "chapão", no entanto, apresenta uma inconveniência: cabem menos candidatos do que a soma do número a que cada partido teria direito se concorresse isoladamente, com chapa própria. Logo, tornou-se necessário cortar cabeças de gente que queria se inscrever – uma verdadeira carnificina que lembrou a Noite dos Longos Punhais – episódio que antecedeu a 2.º Guerra Mundial, na Alemanha, quando Hitler dizimou, numa só noite, praticamente todos os membros da SA, a violenta mas incômoda tropa de choque nazista.

Puebla no ar

A confirmação de Roberto Requião como candidato a senador trouxe um problema de ordem prática para Beto Richa: terá, a partir de agora, de viajar em aviões mais lentos do que aquele que o servia até agora. É que o jatinho que lhe permitia cruzar o Paraná em várias direções num só dia pertence ao empresário Francisco Simeão, dono da importadora de pneus BS Colway, que virou primeiro suplente de Requião. O ex-governador, por outro lado, além de contar com a veloz aeronave de Simeão para fazer campanha lembrando a Carta de Puebla, ainda terá à disposição o helicóptero de outro rico amigo preferencial, o segundo suplente Luiz Mussi.

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Posses

Tão logo foi baixado o ato que devolveu de 30 de outubro para 30 de março a data em que o desembargador Waldemir Rocha completou 70 anos e mereceu a aposentadoria, o Tribunal de Justiça empossou ontem o desembargador eleito para subsituí-lo no cargo de corregedor-geral. Assumiu Rogério Coelho, que ocupava o posto de corregedor. E, no lugar deste, foi empossado o outro eleito, o desembargador Noeval de Quadros.