Saiu a nova lista do Tribunal de Justiça que identifica quais, dentre os seus 120 desembargadores, estão em dia com seu trabalho. A relação é do mês de março passado e apresenta uma novidade interessante: o desembargador Carvílio da Silveira Filho, deixou de ser o campeão dos atrasos depois de 11 meses em que esta coluna acompanhou o desempenho dos magistrados. A posição passou a ser ocupada pelo colega Marco Antonio de Moraes Leite, que nas listas anteriores era, invariavelmente, o segundo lugar.
O critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para medir a (im)pontualidade dos magistrados dos tribunais estaduais é o de verificar se, nas mãos deles, encontram-se processos pendentes de solução há mais de cem dias. "Mais de cem dias" é um tempo que pode ser medido também em muitos meses ou vários anos. A aferição mensal do desempenho objetiva tornar transparente para a dita sociedade e para os próprios tribunais como andam as providências de cada um para vencer um dos maiores males da justiça brasileira a sua morosidade.
Por isso, como a "sociedade" não lê diários oficiais e nem sempre tem acesso a documentos internos, esta coluna procura prestar sua colaboração. Mas como não dispõe de espaço suficiente para reproduzir toda a lista, fixa-se nos "dez mais" atrasados, lembrando, contudo, que dos 120 desembargadores 91 estão absolutamente em dia. Isto é, a grande maioria não deixou processos em espera além do prazo.
Em compensação, os "dez mais" acumulam 1.905 calhamaços nas prateleiras o que corresponde a 97% noventa e sete por cento! do total de 1.970 atrasos registrados pelo Tribunal no mês passado. Daí a utilidade da lista que aponta apenas os "dez mais".
A bem da justiça: nesses 11 meses sucessivos de publicação da relação, o TJ registrou um considerável avanço. Em maio do ano passado, o total acumulado era de 3.558 processos volume que foi gradativamente diminuindo ao longo do tempo.
Os "dez mais" de março
Marco Antonio de Moraes Leite (552); Carvílio da Silveira Filho (490); José Marcos de Moura (234); Arno Gustavo Knoerr (226); José Cichocki Neto (165); Maria Mercis Gomes Aniceto (123); Cláudio de Andrade (43); Adalberto Jorge Xisto Pereira (43); Vilma Régia Ramos de Rezende (15); e Paulo Roberto Hapner (14).
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Acabou o casamento? Há controvérsias
Não tem mais jeito a aliança de Osmar Dias com o PT? Há controvérsias a esse respeito. Vejamos:
- A executiva estadual do PT se reuniu ontem e chegou à conclusão de que estão esgotados (e fracassados) todos os esforços. O negócio agora é trabalhar em outras frentes: lançar candidato próprio e buscar partidos que queiram aderir. A prioridade é eleger Gleisi Hoffmann para o Senado.
- O ministro Paulo Bernardo, que agiu como interlocutor do presidente Lula para montar a aliança com o PDT, mantém a opinião de que Gleisi deve ser mantida como pretendente ao Senado e não a vice de Osmar. Nem por isso, porém, considera que a negociação esteja encerrada. "Foi apenas interrompida", diz ele.
- A própria Gleisi foi mais radical: acha-se ofendida com afirmações de Osmar Dias de que sua insistência em candidatar-se ao Senado põe a perder a aliança e as chances de dar grande votação a Dilma Rousseff no Paraná. "Acho muito ruim reduzir a discussão sobre uma aliança a questões pessoais", disse ela ontem.
- Já o senador Osmar Dias decidiu que não aceita mais a interlocução com o PT estadual. Quer falar com o próprio presidente Lula e dele ouvir a palavra final para o bem ou para o mal.
- Vista de fora, a pendenga PT/PDT também coloca na indefinição outros partidos. Enquanto ela não for resolvida, o PPS de Rubens Bueno não tomará nenhuma decisão. Sua prioridade, ainda, é a recomposição da aliança de 2008, colocando Osmar e Beto Richa no mesmo palanque não importa em que posição, um para o governo outro para o Senado. Caso, porém, os dois decidam se enfrentar, o PPS vai se considerar descompromissado com qualquer um dos dois e lançará candidato próprio e o próprio é, com certeza, o próprio Rubens Bueno.
- O DEM também está mais do que dividido. O presidente estadual, deputado Abelardo Lupion, lembra velhos compromissos coletivos e não abre mão de apoiar Osmar Dias. Posição que não é compartilhada pela maioria de suas bancadas parlamentares (estadual e federal) e nem pelo diretório. "Vamos decidir na convenção, nem que seja para rachar o partido", salienta Lupion.
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