Talvez convencido de que não é possível prender o pecado e soltar os pecadores que superlotam as cadeias públicas do Paraná, o governador Beto Richa está atrás de outras medidas que possam esvaziá-las. O melhor remédio seria transferir o excesso de presos para as penitenciárias. Ele mesmo recomendou, dia desses, que se fizesse a transferência imediata de 7 mil detentos para vagas supostamente existentes nos presídios. O governador se alarmou com a sucessão de fugas nos últimos dias e com as denúncias quanto à tragédia humana que se esconde atrás das grades das delegacias de polícia.
A secretária de Justiça, Maria Tereza Uille, já tratou de mostrar que a tarefa de vencer a superlotação é bem mais complicada e consumirá, pelo menos, os próximos quatro anos. Presídios em construção e outros que precisam ser projetados poderão acrescentar 6 mil vagas ao sistema até 2014. Com mais urgência é possível fazer apenas um bom diagnóstico para se saber o tamanho do problema.
Problema que retrata (e alimenta) os altos índices de criminalidade do Paraná maiores que os do Rio e São Paulo. No Paraná, em 2010, o número de homicídios cresceu 9%, enquanto que Minas Gerais e Pernambuco, para citar dois casos, conseguiram reduções de 33% e 12%, respectivamente.
O novo secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida Cesar Sobrinho, e o empossado comandante da PM, coronel Marcos Scheremetta, sabem disso. E prometem fazer a parte que lhes cabe.
* * *
Olho vivo
Não convidem 1
Ibrahim Sued, o grão-mestre do colunismo social do século passado e fundador do modelo de jornalismo que fez a fama de Dino Almeida no Paraná, escreveria assim a notícia que segue: "Não convidem para a mesma mesa o governador Beto Richa e o conselheiro do Tribunal de Contas Heinz Herwig". Tratava-se de uma conveniente maneira de informar os leitores de que os sujeitos da nota estavam rompidos.
Não convidem 2
Não é preciso lançar mão do mesmo eufemismo para noticiar o rompimento de Heinz com Beto motivo de boa parte de discretas conversas entre os presentes à posse do novo presidente do TC, Fernando Guimarães, ontem à tarde. Heinz, juntamente com outro conselheiro, Hermas Brandão, foi um dos mais atuantes arquitetos da candidatura de Beto ao governo. Hermas já nem mais esconde a insatisfação e, embora negue, seu trabalho agora consiste em sabotar o compromisso de Richa de eleger o deputado Valdir Rossoni para a presidência da Assembleia. Ele luta para eleger o amigo Nelson Garcia.
Não convidem 3
Já seriam, portanto, dois os conselheiros do TC desgostosos com o novo governador. Mas a eles se somariam outros antigos aliados e colaboradores, como o ex-vice-governador João Elísio e o ex-ministro Euclides Scalco, que atuaram, até, como coordenadores de campanhas de Beto.
Não convidem 4
Ligados politica e afetivamente à família há décadas, ambos parecem demonstrar agora prudente distanciamento do herdeiro político do ex-governador José Richa. Beto, por sua vez, estaria preferindo "renovar seus quadros", atraindo, por exemplo, peemedebistas e espécimes recrutados em outros arraiais. Este tipo de renovação seria um dos motivos do afastamento dos seus tradicionais aliados.
Pelo social
A primeira-dama e secretária da Criança e da Juventude, Fernanda Richa, confirma o que esta coluna antecipou ontem: está mesmo interessada em trazer para a sua pasta o pedaço da "promoção social" hoje afeto à secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social. Segundo ela, a transferência está sendo feito com a total concordância do secretário peemedebista Luiz Cláudio Romanelli, "sem a menor resistência".
Tudo pago
A propósito da nota sobre o atraso da prefeitura de Curitiba no pagamento de precatórios vencidos no ano passado, a assessoria do prefeito Luciano Ducci informou ontem que pretende concluir hoje 14 dias depois do prazo legal a liquidação de R$ 39,4 milhões em dívidas judiciais remanescentes de 2010. Até dezembro, haviam sido pagos apenas R$ 8,3 milhões do total de R$ 47,7 milhões em precatórios relativos ao período.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Brasil cai em ranking global de competitividade no primeiro ano de Lula
Deixe sua opinião