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Sonhar não é pecado, mas o prefeito Gustavo Fruet saiu muito animado da reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anteontem, em Brasília, com a quase certeza de que terá R$ 5,3 bilhões da União para tocar 11 projetos de mobilidade urbana em Curitiba. E, quem sabe, mais R$ 2 bilhões para investir na construção de um metrô de 23 quilômetros que começará no Pinheirinho e terá ponto final no Santa Cândida.

O otimismo do prefeito reside no fato de que, dos 11 projetos apresentados, nove estão prontos para licitação e início imediato após a confirmação dos recursos. Os outros dois dependem ou de finalização na área de engenharia ou de propostas ainda a ser apresentadas por empresas privadas.

No primeiro caso está um projeto em elaboração pelo escritório do ex-prefeito Jaime Lerner que prevê o aproveitamento de 30 quilômetros de trechos da linha férrea que cortam Curitiba, do bairro da Fazendinha à Barreirinha. Sobre os antigos trilhos, um elevado servirá para a implantação de um sistema VLP – Veículo Leve sobre Pneus.

O outro projeto é o do metrô, que aguarda até 12 de agosto novos estudos de viabilidade por parte de empresas que se inscreveram no PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) lançado pela prefeitura em maio passado. Desses estudos podem brotar propostas de alteração dos métodos construtivos e de extensão da linha até a região Norte da cidade, não prevista no projeto deixado pela gestão anterior. Além do R$ 1 bilhão federal já garantido, o prefeito pediu mais R$ 2 bilhões para o complemento do trajeto.

Fruet sonha alto: seus pedidos confirmados correspondem a mais de 10% dos R$ 50 bilhões disponíveis no governo federal para projetos de mobilidade em oito metrópoles do país. Em valor, a de Curitiba é a segunda maior reivindicação, abaixo apenas de São Paulo, que inscreveu projetos que montam a R$ 6,5 bilhões.

Da mesma reunião com a ministra do Planejamento, participaram também o vice-governador do Paraná, Flávio Arns, e os secretários de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr., e do Planejamento, Cassio Taniguchi. Eles apresentaram três projetos a serem executados pelo governo estadual no valor total de R$ 1,25 bilhões. Na escala dos oito estados definidos como beneficiários do programa federal, o Paraná ocupa oitavo e o último lugar em volume de recursos requeridos, abaixo do Ceará (7.º), que requereu quase R$ 2 bilhões.

Arns, Taniguchi e Ratinho Jr. deixaram também uma dúvida séria na cabeça da ministra Miriam Belchior: dos três projetos que lhe foram apresentados, um deles – a extensão da Linha Verde nos extremos Sul e Norte – prevê obras sobre a rodovia BR-116, uma estrada concedida à iniciativa privada. Na dúvida, a ministra sugeriu que o vice-governador e os secretários procurassem a pedageira OHL, a concessionária que é paga para fazer obras nesta rodovia.

Olho vivo

Voz das ruas 1

A Comissão Especial de deputados encarregada de opinar sobre os candidatos à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas concluiu ontem a sabatina dos 42 inscritos. Ainda faltam muitos, contudo, para serem ouvidos pelo plenário da Assembleia. Pelo calendário, este capítulo será encerrado na segunda-feira, 15, e aí, então, dois dias depois, os 54 deputados votarão secretamente para a eleição de um dos candidatos.

Voz das ruas 2

Apesar da "voz das ruas" que pede que os conselheiros do TC deixem de ser escolhidos entre políticos e se dê preferência a técnicos isentos e apartidários, a chance é zero para todos os candidatos incluídos nesta categoria. A decisão será mesmo entre os deputados Fabio Camargo e Plauto Miró Guimarães.

Voz das ruas 3

Se houver vontade política, no entanto, não é impossível que a próxima vaga a surgir já seja preenchida sob estrito critério técnico. Até mesmo o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, entende que a atual modalidade deve ser mudada. Na segun­­da-feira, encaminhará moção ao Congresso pedindo alterações constitucionais que se aproximem da "voz das ruas".

Cobrança

Desde o rompimento do convênio com o Hospital São Vicente para assistência à saúde dos servidores públicos, quase nada mais deu certo. O atendimento passou a ser feito pelo Hospital da Polícia Militar e o governo se comprometeu a pagar os custos. Resultado: nem o governo fez todos os repasses, nem os servidores são atendidos na medida necessária e muito menos os policiais militares. A Amai (associação que congrega os PMs) está na justiça com uma ação que obriga o estado a pagar os atrasados que deve ao hospital.

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