Opa! Quando todas as elucubrações sobre as eleições de 2018 citavam apenas três nomes para disputar a sucessão de Beto Richa – Osmar Dias, Ratinho Jr. e Cida Borghetti –, eis que surge um quarto, o do chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. Nos próximos dias ele inscreverá seu nome entre os pré-candidatos do seu partido, o PSDB, segundo informou à coluna nesta quarta-feira (9).
Rossoni pediu para que fosse corrigido um “erro” cometido dia destes pela coluna, que o incluiu entre os postulantes ao cargo de vice-governador caso viesse a prosperar a ideia (aliás, lançada por ele mesmo um dia após a vitória de Rafael Greca) de uma aliança do PSDB com o pré-candidato a governador Osmar Dias (PDT). Rossoni esclarece: não, não pretende ser vice de ninguém, assegura.
Presidente da Assembleia durante o primeiro mandato de Richa e, antes, por oito anos, líder da oposição ao então governador Roberto Requião, Rossoni se elegeu deputado federal em 2014. No início de 2016, assumiu a chefia da Casa Civil e chamou para si tarefas espinhosas, dentre as quais a de coordenar a interlocução com os revoltados servidores ameaçados de perder direitos – reposição salarial na data-base acordada em 2015, além das promoções e progressões na carreira.
Rossoni considera que esta batalha ainda não terminou, mas precisa ser concluída nos próximos dias, antes da votação do Orçamento de 2017 na Assembleia até o fim do mês. Durante os poucos dias que restam, vai continuar na tarefa de convencer o funcionalismo – e seus sindicatos politicamente aparelhados – de que as finanças estaduais não aguentam atender, numa só tacada, todas as reivindicações. Mas, ainda assim, ele acredita na possibilidade de um acordo aceitável pela categoria e suportável para o governo. Sem outras greves nem prejuízos para os alunos e para a população.
O protagonismo de Rossoni desgosta alguns setores palacianos e chega a provocar ciúmes no outro lado da Praça Nossa Senhora de Salete, mas o coloca no centro das especulações sobre a sucessão. Tudo muito cedo, porém. Muita água vai rolar e até bois vão voar durante o ano e meio que ainda falta para a definição do quadro de disputas.
O quadro é negro 1
Todo mundo se lembra de como começou aquela cabeluda história que desembocou na Operação Quadro Negro. Mas não custa recordar: foi Jaime Sunyé Neto, então presidente da Superintendência de Desenvolvimento da Educação (Sude) da Fundepar, que denunciou a maracutaia que permitiu à construtora Valor receber R$ 30 milhões por escolas que não saíram do papel. Um outro diretor da Sude, Maurício Fanini, atestava falsas medições e mandava liberar os recursos à empreiteira.
O quadro é negro 2
A secretaria da Educação, paralelamente às investigações da Polícia Civil, do Tribunal de Contas e do Ministério Público, também investigou o esquema. Montou um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que, assim como as demais instituições, isentou Jaime Sunyé de qualquer responsabilidade. Mas eis que surge a surpresa: a secretária da Educação, Ana Seres, contrariando todas as provas, aplicou uma pena de 30 dias de suspensão contra ele. Alegou que ele deixou de “vigiar” no tempo devido os procedimentos desonestos que ocorriam no setor de Engenharia da Sude.
O quadro é negro 3
Não se sabe se a secretária Ana Seres assim agiu a mando de superiores, interessados em proteger os verdadeiros responsáveis, amigos do Olimpo, jogando a culpa justamente sobre quem descobriu os desvios e os denunciou. Sunyé, claro, vai recorrer contra a punição que lhe foi aplicada e não é impossível que a questão se inverta, isto é, que a secretária venha, ao final, a ser condenada pelos danos morais que causou. O quadro é negro mesmo.