Olho vivo

Fiscais 1

Coincidência ou não, o fato é que empresários que fazem parte da chapa de situação que disputa a eleição para a nova diretoria da Federação das Indústrias têm recebido nos últimos dias repentinas visitas de fiscais da Receita Estadual. A primeira interpretação que lhes veio à cabeça foi de que tais inspeções seriam um modo de passar-lhes recado quanto, digamos, à inconveniência de não apoiar a outra chapa, liderada pelo secretário (licenciado) da Indústria e Comércio, o ex-deputado Ricardo Barros.

Fiscais 2

As queixas chegaram ao atual presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, que, por sua vez, procurou o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, para pedir-lhe esclarecimentos. Hauly negou que a ação de seus fiscais esteja vinculada às eleições na Federação e prometeu coibir eventuais abusos. À coluna, Ricardo Barros também negou qualquer participação nos supostos casos de pressão pela via da fiscalização tributária.

Fiscais 3

Prevenido, o presidente em exercício da Fiep, Ronaldo Duschenes (Rocha Loures se licenciou ontem), pediu em carta a todos os sindicatos filiados para que comuniquem imediatamente novos casos de visitas abusivas. A eleição será no próximo dia 3; são 99 os eleitores, delegados dos sindicatos da indústria filiados à entidade.

Código 1

Já ambientado à rotina de atividades do Senado, o advogado Sérgio de Souza – suplente que assumiu a cadeira da ministra Gleisi Hoffmann – se dedica agora a eleger as prioridades sobre as quais espera atuar no Congresso. Uma delas diz respeito à discussão do novo Código Florestal, cujo projeto está em discussão final no Congresso.

Código 2

Por se tratar de um tema que afeta a economia agrícola do Paraná, contendo restrições que atingem principalmente as pequenas propriedades, Souza quer que o projeto do Código seja mais debatido no estado. Por isso, conseguiu que a Comissão de Agricultura do Senado realize sessão especial em Curitiba, no dia 19 de agosto, com a participação de lideranças do setor de todo o estado. O governador Beto Richa também será convidado.

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Se os vereadores de Curitiba obedecerem a orientação superior de seus respectivos partidos, pelo menos 13 dos 38 que compõem a Câmara Municipal estão, em tese, comprometidos com o trabalho de passar a limpo as denúncias de gastos excessivos com publicidade, favorecimentos a familiares e outros desvios de que é acusado o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso.

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Além das duas bancadas de oposição (PT e PMDB) que já se posicionaram a respeito e que, em conjunto, dispõem de cinco vereadores, outros oito podem se juntar a eles se seguirem o que a direção de suas legendas manda. Nesse caso estão os dois vereadores do PPS, os três do PDT, os dois do PV e o único do PSC. Na soma, portanto, são 13.

Esse número é pouco mais que o terço de assinaturas exigido para a instalação de uma Comissão Processante à qual, pelo regimento interno, cabe investigar e decidir sobre denúncias contra vereadores acusados de ferir o código de ética e decoro parlamentar.

Um dos dois vereadores do PPS é Renata Bueno, filha do deputado Rubens Bueno, presidente estadual do partido e seu secretário-geral nacional. No início da semana, ele protocolou na Câmara pedido de informações a respeito das denúncias e exigiu a apresentação de documentos da aplicação de R$ 31 milhões em propaganda intermediada por duas agências, uma delas de propriedade da mulher do presidente Derosso. Com as informações na mão, Rubens pretende propor ação popular ou pedir ao Ministério Público que ingresse com uma ação civil pública.

Na contabilidade do líder da oposição na Câmara, vereador Algaci Túlio, este fato levará a vereadora Renata a assumir posição em favor das investigações, muito embora seu partido compartilhe a administração municipal (a Urbs é presidida por um filiado do PPS). Zé Maria, o outro vereador do PPS, também entrou na contagem.

O PSC, o PV e o PDT também já se posicionaram. Hoje, às 9 da manhã, representantes desses partidos vão entregar ao Ministério Público de Contas documento em que pedem, caso o Tribunal de Contas confirme as denúncias, que seja cassado o mandato de Derosso e declarada a sua inelegibilidade por oito anos. Igual documento será levado também ao Ministério Público Estadual e à OAB-PR. Ao meio-dia, com a presença de associações e várias entidades sindicais, farão manifestação defronte à sede da Câmara.

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