Olho vivo
Trinques 1
A sobreloja do edifício que até há poucos meses era ocupado pelo cinco estrelas Crowne Plaza Hotel está sendo decorada para servir de gabinete para o Procurador-Geral do Estado. Como a compra do prédio foi de "porteira fechada" isto é, ficaram lá móveis, utensílios e objetos de decoração do hotel estes estão sendo redispostos para servir à nova finalidade do imóvel e de seus futuros ocupantes.
Trinques 2
Assim, os apartamentos do antigo hotel estão sendo transformados em gabinetes para os procuradores, preservando-se em alguns casos, as banheiras de hidromassagem e as tvs LCD e de plasma. As roupas de cama, mesa e banho, assim como também camas e colchões, foram doados ao Provopar providência considerada ilegal, pois o estado está impedido de transferir seu patrimônio para entidade de direito privado, caso do Provopar. Relembrando: o edifício foi desapropriado por R$ 25 milhões, dos quais R$ 22 milhões provenientes do orçamento da Cohapar, estatal responsável por construção de moradias populares.
Não terminou
Ao contrário das aparências, a reforma do secretariado pode não ter sido concluída. É bem possível que, nos próximos dias, aconteçam mudanças na esfera mais próxima de Beto Richa. É que não andam boas as relações entre o novo chefe da Casa Civil, deputado Reinhold Stephanes, e o secretário chefe do Gabinete, jornalista Deonilson Roldo. Por exercer exagerada influência sobre pensamento, palavras e obras de Richa, Roldo vem sendo responsabilizado pelos muitos erros estratégicos do governo. Deputados e até outros membros do secretariado reclamam. Acreditam que não tem sido dada a Stephanes a chance de corrigir os rumos.
Foram muitas e erráticas as opiniões do governador Beto Richa sobre a polêmica da concessão de subsídio para o transporte coletivo integrado de Curitiba e região metropolitana. Em maio de 2012, cinco meses antes da eleição municipal em que esperava manter no cargo o prefeito-candidato Luciano Ducci, Richa acreditava que transferir dinheiro público estadual para o sistema era algo bom e necessário.
Desde então, todos os meses depositou R$ 5,4 milhões para manter a tarifa em R$ 2,60 valor que, já no ano passado, não cobria a totalidade das despesas do sistema. Desfeito o sonho de reeleger Luciano Ducci, Richa mudou de opinião: no primeiro contato com o prefeito eleito, Gustavo Fruet, em janeiro deste ano, mostrou-se dúbio quanto à continuidade do subsídio.
Em seguida, foi mais taxativo: o estado não mais concederia o benefício e transferiu o problema para os prefeitos metropolitanos. Por fim, na última sexta-feira, acabou por anunciar um subsídio indireto: determinou que sobre o diesel consumido pela frota de ônibus não mais incidisse o ICMS.
Afora o fato de que tal medida a ser proposta já na segunda-feira à Assembleia sinalize um gesto de boa vontade e reconhecimento do governador de que o problema não é só dos prefeitos mas também do governo estadual, ela produzirá efeitos econômicos insignificantes.
A desoneração do ICMS representa cerca de R$ 0,03 no cálculo final da tarifa o que, em termos práticos, considerando o custo real agora calculado em R$ 3,05, significa uma redução para algo parecido com R$ 3,02. Convenhamos, não é apropriado chamar isto de uma ajuda de fato substancial.
Para quem já disse sim, já disse não, já não disse nada ou até já tivesse lançado apenas dúvidas, seria o projeto de desoneração do ICMS do diesel a última palavra de Beto Richa sobre o assunto? A expectativa continuará até o momento em que, estabelecidos esta semana os novos salários de motoristas de cobradores, caberá ao prefeito Gustavo Fruet baixar o decreto fixando a nova tarifa. É neste momento que se ficará sabendo de quanto será o rombo e de que forma se pretende cobri-lo.
Por outro lado, que não se veja passivamente o resultado numérico do inevitável prejuízo nem apenas se derramem lágrimas sobre ele. Há providências que ainda não foram tomadas. Só agora, com a nomeação na semana passada de uma comissão especial, é que começa a nascer a perspectiva de, enfim, se levantar o véu de mistério que esconde a realidade dos custos do transporte metropolitano. Insiste-se: é preciso cumprir a promessa de campanha de abrir a tal "caixa preta" da Urbs, de tal modo que fique absolutamente clara e transparente a planilha de custos. E é o que se espera desta comissão.
Sem isso, não é justo que se jogue qualquer conta no colo do estado, assim como não é justo que o estado faça cara de paisagem para um problema que também é seu.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético
Deixe sua opinião