Nos corredores

Frangão: presente e ausente

Levantamento do site Congresso em Foco divulgado nesta semana aponta que o paranaense Hermes Parcianello (PMDB) está entre os 13 deputados federais que marcaram presença em todas as sessões do plenário da Câmara em 2012. Por outro lado, Frangão, como é conhecido, faltou sem justificativa a 48,5% das sessões em comissões permanentes às quais deveria ter comparecido.

Revolta pedetista

Um dos principais líderes do PDT, o deputado federal Paulo Pereira da Silva tem intensificado a campanha para o partido deixar a base aliada do governo Dilma Rousseff e partir para a oposição. O motivo é a demora em reconduzir o partido ao comando do Ministério do Trabalho. Em São Paulo, estado do parlamentar, é certo que a legenda não vai apoiar o candidato petista Fernando Haddad.

Retaliação petista

Do outro lado, o governo vê pouquíssimas chances de que a maioria do PDT embarque na tese de Paulinho, que é presidente da Força Sindical. Ou seja, a birra não deve afetar a possibilidade de alianças nas disputas eleitorais em Curitiba, com Gustavo Fruet, e em Porto Alegre, com José Fortunati. Além disso, a bancada pedetista no Congresso Nacional é vista como "inofensiva" – tem apenas 26 deputados e 5 senadores.

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Pense naquele chefe com fama de workaholic, que não tem papas na língua para cobrar a equipe e detesta fazer social. Você e seus colegas possivelmente acham que ele é um mala. Mas se fossem donos da firma, provavelmente diriam que o sujeito é o máximo.

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Talvez seja esse o encanto da presidente Dilma Rousseff após 15 meses de governo. 77% dos "patrões" brasileiros aprovam a petista, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta semana.

Parece que a maioria comprou a ideia de que ela é mesmo uma gerente durona, que coloca os políticos no seu devido lugar.

Há algum tempo, poucos analistas diriam que isso seria possível. Em 2010, Dilma precisou tomar um banho de marketing para disputar a eleição presidencial contra José Serra (PSDB). Não ficou lá a pessoa mais carismática do mundo, mas como o opositor também era bem mediano nesse quesito, a transformação deu para o gasto.

Passado o embate, veio o dilema. Uma coisa é sorrir para o eleitor durante três meses de campanha, outra (bem mais arriscada) é tentar parecer boa-praça durante quatro anos de mandato. Dilma decidiu não forçar a barra. Desde que assumiu o Planalto, tem se mantido espontânea, ou melhor, genuinamente antipática.

A presidente foge o quanto pode dos discursos públicos, das entrevistas, do papo sobre politicagem. O que ela gosta é de ficar no gabinete, cobrando ministros, bolando estratégias, aferindo resultados. É tudo o que os políticos em geral detestam fazer, mas que por algum motivo foi bem digerido pelos brasileiros.

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Há os que dizem, por outro lado, que o país passa por um momento de otimismo econômico tão grande que blindaria a avaliação de qualquer presidente. Pleno emprego, crédito e perspectiva de consumo são sim palavras mágicas para a popularidade. Existem, no entanto, outros aspectos na pesquisa que chamam a atenção.

A euforia contrasta com um puxão de orelha justamente no campo da economia. 65% dos entrevistados desaprovam a política de impostos do governo. O item foi o mais mal avaliado na sondagem.

Trocando em miúdos, o brasileiro médio está contente pelo fato de ter trabalho e, por isso, poder comprar uma geladeira a prazo. Mas ele sabe que o negócio envolve um caminhão de tributos. E começa a se sentir cada vez mais desconfortável quando calcula que, não fossem os impostos, poderia estar levando o refrigerador e mais um forno elétrico.

O raciocínio vale para o pessoal da classe C e também para quem está no topo da pirâmide social. A propósito, um dia antes da divulgação da pesquisa, Dilma anunciou um pacote de R$ 60 bilhões de apoio à indústria, que incluía uma série de desonerações tributárias. Nem assim deixou de ser malhada pelo empresariado.

Essas manifestações, ao contrário de serem simplesmente ambíguas, mostram um amadurecimento social. Saber reconhecer que o país vai bem não é sinônimo de alienação enquanto há consenso de que existem aspectos que precisam ser melhorados. E muito.

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Por isso é ótimo que o brasileiro médio continue pensando como um patrão da presidente. Até 2014, ela tem carta branca para conquistar a antipatia dos políticos à vontade. Só não pode deixar de entregar resultados.