Nos corredores
No aquecimento
A falta de explicações concretas para a evolução patrimonial do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, movimenta os bastidores de uma possível troca no ministério. Embora Dilma Rousseff não dê sinais de mudança, dois nomes seriam os mais cotados para substituí-lo: o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Dança das cadeiras
A especulações em torno de Paulo Bernardo cresceram após a reaproximação de Dilma ao ex-ministro da Secretaria de Comunicação Franklin Martins.
No tabuleiro, Martins assumiria o lugar do paranaense nas Comunicações. No ano passado, o ex-repórter de televisão disse que a pasta precisaria ser fundada novamente.
"Ela não leu"
Protagonista da oposição nos ataques a Palocci, o deputado paranaense Fernando Francischini (PSDB) ficou impressionado com a reação de Dilma às denúncias tucanas de que a receita federal teria supostamente beneficiado a construtora WTorre, que foi cliente da consultoria do ministro, no ressarcimento de Imposto de Renda. "Com certeza ela não leu a ordem judicial sobre o caso", disse o tucano.
Sempre houve uma barbada na lista de previsões para o governo Dilma Rousseff. Não era preciso ser futurólogo para antever que o casamento entre PT e PMDB seria turbulento. O que poucos esperavam era que a instabilidade começasse tão rápido.
Trocas de farpas e críticas veladas eram comuns desde a campanha eleitoral. Mas nunca houve uma contundência tão escancarada quanto nas discussões sobre o Código Florestal, na semana passada. Quando a presidente mandou o recado de que a mudança no texto feita pelos peemedebistas era uma "vergonha para o Brasil", ficou claro que a paciência se esgotou.
O episódio remete àqueles casais que costumam brigar entre quatro paredes e que com o passar do tempo começam a dar vexames em locais públicos. É esse tipo de situação que se vai se transformando em uma "vergonha para o Brasil". E, como em quase todas as brigas matrimoniais, os dois lados têm culpa.
Para entender o desfecho, é bom lembrar o início dessa história. Desde que o PT foi fundado, em 1980, havia gente do MDB velho de guerra desconfiada. Para eles, os petistas eram uma invenção norte-americana para dividir a esquerda brasileira uma teoria da conspiração bem fajuta, por sinal.
Colhendo os louros da oposição ao regime militar, os peemedebistas dominaram a primeira década da redemocratização. Gostaram tanto do poder que nunca mais quiseram largar o osso. O gigantismo do partido, contudo, impediu a implementação de um projeto unificado e duradouro de poder.
Depois do governo José Sarney (1986-1990), a legenda se viu forçada a sentar na garupa de PSDB e PT. Antes da aliança formal com os petistas em 2010, o partido já havia tido um casamento frustrado com os tucanos. Em 2002, a então deputada peemedebista Rita Camata foi candidata a vice na chapa de José Serra.
Por muito pouco (quase nada) outro nome não foi escolhido para a vaga o potiguar Henrique Eduardo Alves. Como atual líder do PMDB na Câmara dos Deputados, foi ele quem assinou a emenda ao Código Florestal que tanto irritou Dilma.
Com impressionantes 11 mandatos consecutivos, Alves já tem articulada a candidatura à presidência da Casa em fevereiro de 2013. Como se nota, é preciso ser rápido no gatilho para se movimentar no xadrez político de Brasília. Antes de iniciar qualquer relacionamento é necessário entender que todos já flertaram ou vão flertar com alguém em determinado momento.
Por isso o PT não pode se fazer de santo e também tem culpa no cartório. A sede de cargos e poder dos peemedebistas extrapola o limite do bom senso, mas não é uma novidade. É mais ou menos como uma mulher se casar com o Fábio Júnior, separar-se meses depois e achar que foi ludibriada.
Mas há ainda outro protagonista dessa novela. O eleitor também sabia (ou pelo menos deveria saber) sobre as incompatibilidades da união entre PT e PMDB. Agora não dá mais para meter a colher.
O jeito é esperar por uma conciliação. Ela ainda é melhor e até mais provável do que uma separação litigiosa.
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