A indicação do atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para exercer o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga deixada por Teori Albino Zavascki, que morreu em acidente aéreo no último dia 19 de janeiro, já está formalizada. A mensagem que submete o nome de Moraes à apreciação do Senado Federal está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (7).
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Para se preparar para a sabatina no Senado, Moraes vai se afastar do cargo de ministro da Justiça por 30 dias. O despacho do afastamento também está publicado no Diário Oficial.Ele ficará licenciado da função até a decisão final do Senado sobre sua indicação ao Supremo. O secretário executivo do Ministério da Justiça, José Levi do Amaral, assumirá o comando da pasta durante o período de licença do titular.
Para assumir a vaga no STF, Moraes terá de passar por sabatina e ter o nome aprovado pelos senadores, tanto em comissão quanto no plenário da Casa. A votação do nome do ministro no Senado deve ocorrer em três semanas. Se aprovado, Moraes será revisor de processos da Operação Lava Jato no plenário do STF.
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Até a segunda-feira (6), Alexandre de Moraes continuava filiado ao PSDB paulista. O atual ministro da Justiça tem até o dia da nomeação, caso sua indicação seja aprovada no Senado, para se desvincular do partido ao qual é filiado desde 2015. A desfiliação é exigência para que ele tome posse como ministro, pois a Constituição proíbe juízes de “exercer atividades político-partidárias”. “Ele ainda precisa ser sabatinado no Senado, que pode aprovar ou não a indicação. Acho muito cedo”, disse o presidente estadual do PSDB de São Paulo, Pedro Tobias.
Indicação tem aval de Gilmar Mendes
O ministro do STF Gilmar Mendes elogiou na noite da segunda-feira (6) a indicação de Alexandre de Moraes para a Suprema Corte. Gilmar foi um dos principais interlocutores de Temer no processo de definição do nome que ocuparia a vaga de Teori Zavascki, morto em acidente aéreo no dia 19 de janeiro.
“Sem dúvida nenhuma, Alexandre de Moraes é uma pessoa qualificada e tem todos os predicados para compor o STF. Ele tem qualificação acadêmica, vivência política, um currículo respeitável”, disse Gilmar Mendes ao Broadcast Político.
Na avaliação de Gilmar Mendes, a filiação de Alexandre de Moraes ao PSDB não lança nenhuma sombra de dúvida sobre a futura atuação do indicado de Temer.
Mendes destacou que outros ministros com vínculos partidários chegaram à Corte e foram “excelentes juízes”, como Ayres Britto (que foi candidato a deputado federal pelo PT em 1990) e Dias Toffoli, que foi assessor Jurídico da Liderança do PT na Câmara dos Deputados de 1995 a 2000.
“Tivemos o Ayres Britto, Toffoli foi advogado do PT, Fachin tinha posicionamento político e isso em nada afetou os julgamentos. Não teve contaminação”, comentou Mendes, que ocupou a Advocacia-Geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso.
Indagado sobre os motivos que levaram Temer a escolher o titular da Justiça e da Segurança Pública para o STF, Mendes respondeu: “Eu tenho a impressão é de que [Moraes] é uma pessoa que lhe inspira confiança, qualificada, que ele [Temer] conhece há muito tempo, e certamente ajudará a compor um perfil que o presidente imagina adequado.”
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