As negociações dentro do PP para a votação do impeachment entraram pela madrugada deste domingo, 17. O comando do partido convocou deputados que estavam indecisos ou contra o impeachment e avisou que não aceitará os dissidentes na votação deste domingo. Depois da ofensiva, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), disse a interlocutores que 100% da bancada na Câmara deve votar a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff.
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Nas conversas noturnas, o comando do PP teria conseguido reverter os votos do deputado Waldir Maranhão (MA), 1º vice-presidente da Câmara, e Dudu da Fonte (PE), que, nos últimos dias, haviam fechado apoio ao governo Dilma Rousseff. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que ameaça de expulsão feita nas conversas teria levado à mudança de posição desses parlamentares. A reportagem, contudo, não conseguiu contato com os dois deputados na manhã deste domingo.
“Ontem, se juntaram 11 membros da Executiva Nacional e vieram falar comigo. Se eu tivesse algum alimento na barrigada, teria passado mal”, afirmou um deputado do PP da ala governista. “As sugestões que o comando do partido faz são pertinentes para um partido que quer manter sua unidade, mas a maneira como eles colocam é muito dura e faz a gente temer algumas retaliações”, emendou o parlamentar, que diz querer votar contra o impeachment, mas teme as punições.
As negociações no PP para fechar os 100% da bancada continuam nesta manhã. O foco são as bancadas do Ceará e da Bahia. Ambas resistem a votar pró-impeachment por questões regionais. A primeira, com dois deputados, é aliada ao governador Camilo Santana (PT). Com quatro parlamentares, a bancada baiana resiste, pois o vice-governador da Bahia, João Leão é do PP e aliado do governador baiano, Rui Costa (PT).
Até a noite de ontem, a então ala governista do PP contava que poderia entregar 11 dos 45 votos a favor do governo, na votação que começa às 14 horas de hoje: Adail Carneiro (CE), Macedo (CE), Beto Salame (PA), Waldir Maranhão (MA), Dudu da Fonte (PE), Roberto Britto (BA), Ronaldo Carletto (BA), Cacá Leão (BA), Mário Negromonte (BA), Paulo Maluf (SP) e Franklin Lima (MG).
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